Kate Bush - A rainha que veio do frio
A neve dissolve-se. Modela-se à nossa vontade. Até pode permitir sonhos com o boneco que se faz com ela. É esse mundo, que aparece e desaparece, que fascina Kate Bush no seu último disco, uma viagem mais uma vez às portas que escondem os segredos da vida. Como o homem da neve, Kate Bush aparece, desaparece e reaparece com uma música subtil e experimental. Como um sonho.
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O regresso de Kate Bush, seis anos depois do seu último disco de originais, é um eco de memórias. Em três décadas de carreira ela surpreende-nos sempre. Mas o seu mundo já não evolui à volta de Emily Brontë (como em "Wuthering Heights", a longínqua canção de 1978 que a fez conquistar o mundo). Mas é ainda a voz, que parece vir do centro misterioso da Terra, dos domínios dos deuses e dos seres que não vemos, que impõe o caminho. A voz é, em Kate Bush, a bússola para onde caminham as palavras, cheias de invenções e imaginários estranhos.
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