Keli Freitas: Sempre me interessou o registo da vida a partir do banal
Keli Freitas conta no Teatro D. Maria II a história de Osmarina Pernambuco, uma mulher comum nascida há 100 anos. A actriz, dramaturga, já tinha escrito muitas peças, mas nenhuma tinha tido vontade de encenar. Foi em Lisboa que percebeu que a sua peça era apenas um solo de alguém que não queria esquecer uma mulher que viveu para ser esquecida.
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No cenário há um chapéu de chuva, um biberão, louça variada, muitos outros objectos. Quantos objectos sobram de uma vida? Também há uma máquina de costura, onde se imaginam roupas de crianças em vários tamanhos. No Teatro Nacional D. Maria II, até 1 de Dezembro, Keli Freitas conta a história de Osmarina Pernambuco, uma mulher comum nascida há 100 anos. Tinha 14 filhos. Queria escrever, mas apenas tinha tempo de assentar o dia-a-dia em diários. Keli Freitas, actriz, dramaturga, já tinha escrito muitas peças, mas nenhuma tinha tido vontade de encenar. É um trabalho que começou há cinco e que amadureceu com ela. Quando veio para Portugal trazia uma mala com roupa e outra com os diários dessa mulher e parte da sua colecção de cartas de anónimos. Foi em Lisboa, distante do Rio de Janeiro onde ela e Osmarina Pernambuco cresceram, que finalmente percebeu que a sua peça era apenas um solo de alguém que não queria esquecer uma mulher que viveu para ser esquecida.
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