Martim Sousa Tavares: Porque é que abandonámos a beleza?
O maestro e diretor artístico Martim Sousa Tavares resgata a ideia da avó paterna, a poeta Sophia de Mello Breyner, que na década de 70 e 80 do século XX lamentava uma certa ausência de beleza nas coisas e nos lugares. Tal com a avó, o neto sonha com uma “aristocracia para todos, em que toda a gente tem privilégios”. Martim desencantou-se com o mundo altamente competitivo das grandes casas de música, regressou a Portugal e fundou a Orquestra Sem Fronteiras (OSF), com sede em Idanha-a-Nova, projeto que já apoiou mais de 300 jovens músicos do interior do país.
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Começou por aprender a tocar piano, e tocar piano é ter uma pequena orquestra nos dedos. Foi sobretudo por isso, pelo som da orquestra, que Martim Sousa Tavares se interessou cada vez mais. Maestro e diretor artístico, estudou em Portugal, em Itália e nos Estados Unidos, e gosta de dizer que já dirigiu orquestras em cidades como Madrid ou Chicago, mas também, e com igual entusiasmo, em locais como Rapoula do Côa ou Colmeal da Torre. É isso que faz na Orquestra Sem Fronteiras, projeto que fundou em 2019, no ano do centenário da sua avó Sophia de Mello Breyner, com a qual voltou de algum modo a reencontrar-se. Tal como ela, ele gostaria de resgatar uma certa ideia de beleza que tem vindo a desaparecer. Neto de Francisco Sousa Tavares, filho de Miguel Sousa Tavares e de Laurinda Alves, Martim sabe que vem de um lugar de privilégio, mas quer que esse seja "o lugar de todos".
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