O abraço de Abel
Histórias de pessoas que um dia se hão-de encontrar
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Abel Frutuoso, senhor agente. Nascido e criado em Alcântara, sócio número 141 do Atlético. Amigo dos seus amigos e bom marido, como a minha senhora, a Alice, pode testemunhar. Pois bem, senhor Abel. Apanhado com a boca na botija a furtar a carteira de um turista na fila do Mosteiro dos Jerónimos. Com a sua idade já devia ter juízo e reformar-se desta vida de larápio. Foi um erro, senhor agente. Devia ter percebido que aquele "camone" era muito sensível ao nível do traseiro. Mas a carteira estava a fazer-me negaças e não consegui resistir. E olhe que tenho umas mãos de cetim. Todos os dias as amacio com o atrix da minha Alice e exercito os dedos com uma daquelas bolas de stress que o meu neto me ofereceu. Olhe bem para estas mãos e diga-me lá. São de artista e ponto final. Não contei foi com a sensibilidade do tipo, que deve ter pensado que eu estava a tentar engatá-lo. Se lhe tivesse visto a cara topava logo que ele era maricas e escondia as mãos.
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