Pauliana Valente Pimentel: Hoje, mais do que nunca, temos de ser políticos
Lia os policiais da Agatha Christie, lia os livros do Tim Tim. E foi para o Tibete. Quase assim. Pauliana Valente Pimentel tinha 18 anos. Hoje, tem 40. Pouco parou de viajar. Chegava das viagens com "slides" e caderninhos cheios de histórias. Também estudava Geologia. Observava ao microscópio as lâminas tiradas de rochas antigas. Mas faltavam as pessoas. Um dia, o fotógrafo David Alan Harvey veio a Lisboa, gostou das fotografias de Pauliana, e incentivou-a a publicá-las. Ela publicou, e continuou. Fotografa para diversas publicações. Publicou o livro "Caucase, Souvenirs de Voyage", realizou os filmes "Diz-se que Portugal é um bom país para se viver", "Jovens de Atenas/Youth of Athens" e "Entre Nous", filmado, em parte, na Rua do Benformoso, no Intendente, onde Pauliana organiza "workshops" de fotografia. Ganhou este ano o prémio de melhor projecto fotográfico da Sociedade Portuguesa de Autores com o trabalho "The Passenger". A juventude é a sua grande temática.
- Partilhar artigo
- ...
Adoro literatura e foi com ela que comecei a viajar. A minha inspiração vem dos livros. Não te rias, mas a ideia de ir ao Tibete vem com o "Tim Tim no Tibete". Sempre vibrei com as histórias. Como era boa aluna a Ciências, dava explicações e, com esse dinheiro, comecei a viajar. Tinha 18 anos quando fui para o Nepal e para o Tibete. De repente, estava num mundo completamente diferente, ficava admirada com tudo, com os cheiros, com as cores, com as comidas. Fiquei viciada nas viagens. Nunca levei nada organizado, ficava sempre em casa de pessoas. Independentemente do sítio, percebemos que há uma certa universalidade nas preocupações, desejos e alegrias das pessoas, e eu acho que sou fotógrafa por causa disso: o que me dá prazer é estar com as pessoas, é o processo, é o estar sentada a conversar, é o sentir. É isso que faz de mim fotógrafa.
Mais lidas