O teatro trouxe-lhe a possibilidade de se conhecer a si própria, como atriz, mergulhando no que tinha de forças e fraquezas para dar às personagens. Depois, trouxe-lhe a possibilidade de conhecer os outros. Decidiu mudar-se de Lisboa, onde nasceu e cresceu, para o Interior. Em Viseu, encontrou um lugar onde podia fazer a diferença, onde as pessoas estavam ávidas por linguagens como a do teatro. Fez peças de outros. Deu aulas de teatro. Encontrou um homem. Teve uma filha. Viu crescer o filho mais velho. Com o marido, começou uma companhia de teatro, a Amarelo Silvestre. De todos os lugares, escolheram Canas de Senhorim. Trabalham frequentemente usando o sítio onde estão, com as suas histórias e ambientes. Outras vezes, aquele lugar é apenas um ponto de onde olhar questões do mundo todo, como no caso do espetáculo mais recente, em que se reflete sobre como é que falamos sobre racismo com os nossos filhos.