Todos os dias nascem marcas de vinho. Se os seus produtores têm umas luzes de marketing, alguma notoriedade ou um enólogo famoso, é plausível que os vinhos criem ruído comunicacional durante certo tempo. Mas a questão é que, perante o famoso lago universal de vinho, um novo produtor passa ao rol dos esquecidos em menos de um fósforo. Donde, como minimizar a situação? Respostas fáceis não existem, mas podemos avançar com uma ou outra à moda da La Palisse: primeiro, uma região menos badalada ajuda mais do que aquilo que se pensa (nem Douro, nem Alentejo servem para isso); segundo, oferecer genuinidade de castas e terroir faz toda a diferença. Querem um bom exemplo? Os novos vinhos São Matias, criados no Dão. Vinhos que revelam a alma da região (mineralidade, suavidade de veludo e longevidade em garrafa) e dão muito gozo à mesa. Por assim dizer, a marca São Matias nasceu ontem, mas corre o risco de se tornar num caso sério no Dão, entre outras razões por causa da relação qualidade/preço.