FMI: Ajustamento português continuará a ser feito através da recessão

Nos documentos da sétima avaliação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que existe um risco elevado de a economia portuguesa continuar a ajustar através da contracção da procura e não de melhorias do lado da oferta.
Nuno Aguiar 13 de Junho de 2013 às 16:00

“Com o programa sem ferramentas para aumentar a competitividade no curto prazo, existe um risco elevado que o ajustamento continue a ser realizado através de mais redução da procura”, escreve o FMI, no texto da sétima avaliação, publicado esta quinta-feira. Mais à frente no texto, o Fundo volta a referir esse risco: “A recessão deve agora ser mais profunda do que se pensava anteriormente, com consequências negativas para o desemprego. Dada a existente rigidez nominal, este é um aviso do risco elevado de que o ajustamento continuará a ter lugar através de maior contracção económica, em vez de uma melhor resposta da procura.”

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As reformas estruturais acordadas entre a troika e o Governo têm-se concentrado na oferta, procurando eliminar barreiras e tornar a economia mais eficiente. Medidas como o super crédito fiscal, recentemente apresentado pelo Executivo, são um exemplo. O que os técnicos do FMI referem nesta sétima avaliação é que a economia portuguesa continuará a ajustar muito mais porque há menos consumo e investimento do que devido a alterações do lado da oferta.

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Este tema tem sido motivo de discussão nos últimos meses, com vários economistas – assim como a oposição – a argumentarem que as medidas que o Governo tem apresentado para estimular a oferta têm uma eficácia muito limitada, devido à drástica contracção da procura.

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