Cavaco Silva: Pedir um perdão da dívida colocava Portugal numa “situação dramática”
Presidente da República diz que não outro caminho que não seja “honrar os compromissos internacionais”
Cavaco Silva classifica de “insustentável” o valor da dívida pública e externa de Portugal, salientando que “a dívida do Estado ultrapassa o total da produção nacional durante um ano” e “os juros absorvem 20% do total dos impostos que são cobrados”.
“Esta situação é insustentável e limita, de forma drástica, as possibilidades de financiamento do País”, disse o Presidente da República na mensagem de ano novo aos portugueses, considerando que para corrigir a situação “Portugal está a executar o programa de assistência financeira negociado pelo Governo anterior com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional”.
O Presidente da República afasta o cenário de Portugal pedir um perdão parcial da dívida, como fez a Grécia, pois “deixar de honrar os compromissos internacionais que subscrevemos não é uma opção credível”.
“Tentar negociar o perdão de parte da dívida do Estado não é uma solução que garanta um futuro melhor. Poderia criar uma ilusão momentânea, mas, no final, estaríamos numa situação dramática, pior do que aquela em que nos encontramos. Ninguém de bom senso pode desejar essa situação para o nosso País”, acrescenta.
Reforça que “temos de cumprir as obrigações internacionais que assumimos” enquanto Portugal não “equilibrar as contas públicas e reduzir a dívida externa”, a “nossa independência financeira será sempre limitada”.
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