Pires de Lima destaca crescimento “impressionante” das exportações

“A grande missão deste Ministério é, mais do que confirmar o momento de viragem positivo da nossa economia em 2014 e 2015 (previsões apontam agora para um crescimento superior a 1,2%), a ambição de criar as bases para que este crescimento possa ser sustentável no período que vai para além desta legislatura”, foi assim que Pires de Lima começou a sua intervenção na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.

 

Para isso, acrescentou, a economia tem que funcionar numa base sustentada em três motores: exportações, investimento e consumo privado. Estas são, de resto, as prioridades do Ministério da Economia “e a forma como o vemos”, explicou.

 

Num discurso optimista e auto-elogioso no que ao Ministério a que preside diz respeito destacou o facto de as exportações já valerem 41% da riqueza criada em Portugal, quando em 2009 valiam apenas 28%. “É um crescimento impressionante e atesta bem a capacidade competitiva das empresas. Esta evolução tem todos os ingredientes para continuar em 2014”, assegurou.

 

E destacou o crescimento de 5% das exportações do início do ano e um sector que, segundo o responsável, a oposição “tem desvalorizado”, que é o Turismo. Este sector, disse,  “mesmo tendo sido fustigado por um Inverno” rigoroso “não parou de crescer em Janeiro e Fevereiro”.

 

Pires de Lima ironiza sorrisos da oposição

 

E perante sorrisos na sala da comissão disse mesmo com alguma ironia: “cresceu substancialmente e fico feliz por ver esse sorriso na oposição. Cresceu porque cada vez mais turistas estrangeiros visitam Portugal, mas também porque se iniciou um movimento de recuperação do turismo de portugueses que está a dar um contributo importante”.

 

Pires de Lima sublinhou também o consumo privado, que “estabilizou e está mesmo dar em alguns sectores sinais de crescimento. Não podemos deixar de registar a inversão de tendência em 2013 e que 2014 confirma. Há confiança dos portugueses no momento que estamos a viver”.

 

E um terceiro motor: o investimento. “É seguramente o desafio mais arrojado para este Ministério. Porque apesar do grande endividamento da década passada, o investimento em Portugal não parou de cair desde 2002. Nós estamos a fazer um esforço muito importante para recuperar esse investimento”, sublinhou.

 

E destacou um conjunto de notícias que apontam que o País está no bom caminho neste campo e que “pronunciam um sinal de confiança dos investidores em Portugal”. Mais uma vez usou de alguma ironia: “prefiro valorizar dois elementos: bons resultados do super crédito fiscal, por exemplo”. Destacou ainda a candidatuta da Volkswagen/Autoeuropa a um plano de investimento.

 

“Como se não fosse pouco”, continuou, “o Governo depois de recolher os contributos da oposição, apresentou há uma semana o seu plano estratégico de transportes e infra-estruturas. É um plano do qual passado uma semana ainda não ouvi uma crítica profunda”.

 

“Estamos no sentido de agilizar o investimento, queremos um país amigo de investimento a avançar de forma forte e simplificada”, concluiu Pires de Lima depois de um aparte para a oposição: “estou poético, estou, imagine! Mas isso preocupa-a?”.

 

Pires de Lima já tinha destacado recentemente que a "triologia de sucesso que Portugal quer agarrar" assenta nas "exportações, consumo privado e investimento" e  que a atracção do investimento privado permitirá baixar o desemprego em Portugal.

 

Recorde-se que as exportações aumentaram 5,4% no trimestre terminado em Fevereiro, face ao período homólogo, e as importações aumentaram 7% no mesmo período, traduzindo um abrandamento do crescimento no caso das exportações, mas uma aceleração no caso das importações.