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Bem-estar dos portugueses tem o maior aumento dos últimos 12 anos

Os portugueses estão a viver cada vez melhor. Quem o diz é o INE cujo índice de bem-estar registou em 2016 a maior subida. Apesar da recuperação, em matéria de condições materiais de vida, as famílias estão ainda muito pior do que em 2004.

pessoas Lisboa emprego
pessoas Lisboa emprego Bloomberg
03 de Novembro de 2017 às 11:21

Os portugueses estão a viver melhor a cada ano que passa. E mais, este aumento de bem-estar que se verifica desde 2013 teve no ano passado a subida mais expressiva dos últimos 12 anos. 

Estas conclusões são retiradas do índice de bem-estar estimado pelo Instituto Nacional de Estatística que reúne informação relativa às condições materiais de vida – tal como o emprego, remuneração, habitação por exemplo – e à qualidade de vida – que reflecte aspectos como a saúde, educação e segurança.

E quando se entra no detalhe, o retrato é mais complexo e bem menos positivo. O que os números do INE mostram é um enorme contraste entre a evolução das condições materiais de vida e a chamada qualidade de vida. Se esta teve um aumento ininterrupto e impressionante nos últimos 12 anos, o mesmo não se pode dizer das condições materiais: aí, apesar da recuperação registada em 2015 e 2016, os portugueses estão bem pior do que em 2004. 

Trabalhadores mais vulneráveis

A chave para esta incógnita parece estar nos aspectos relacionados com o trabalho dos portugueses, tanto a nível remuneratório como a nível de estabilidade e segurança face ao risco de desemprego. O sub-índice de trabalho e remuneração, que mede aspectos como a vulnerabilidade do trabalho, a disparidade salarial e a qualidade do emprego dá conta de uma queda de 25% face à realidade existente em 2004 - atingiu o fundo em 2013 com uma degradação acumulada de 30%. 

O sub-índice de vulnerabilidade económica revela uma evolução menos dramática, mas ainda assim muito expressiva: apesar da recuperação notável dos últimos seis anos, este índice que reflecte questões como a pobreza monetária, privação material, endividamento e vulnerabilidade da habitação está ainda 11% abaixo do verificado há 12 anos.  

Educação e conhecimento disparam

As boas notícias vêm do lado da qualidade de vida. E aqui o destaque vai necessariamente para aquilo que o INE designa como educação, conhecimento e competências. Este sub-índice mais do que duplicou (+113%) desde 2004, numa subida ininterrupta que não tem comparação com mais nenhuma dimensão.

Outro aspecto que registam uma evolução muito favorável dizem respeito à participação cívica e política dos portugueses e à confiança que estes depositam nas instituições, algo que pode surpreender e contrariar aquilo que é o senso comum. O INE dá conta de uma melhoria de 48% face a 2004 neste sub-índice. 

Também ao nível da segurança pessoal e do ambiente existem claras melhorias, embora aqui a evolução seja mais errática ao longo do período em análise. 

Só a saúde está pior do que em 2010

Muito relevante é o retrato que é dado sobre a saúde e os cuidados de saúde prestados aos portugueses. Apesar da melhoria verificada no ano passado, os indicadores e resultados na saúde e a avaliação da prestação de cuidados de saúde continuam abaixo do que se registava em 2013.   

A evolução positiva que vinha verificando-se desde o início do século foi interrompida a partir de 2010, o que poderá reflectir os cortes orçamentais na Saúde e a pressão crescente que existe sobre o Serviço Nacional de Saúde. A este respeito, o ano de 2014 foi particularmente negro. 

(notícia completada às 11:56)

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