Confiança dos consumidores aumenta em julho. Clima económico estabiliza
Maior otimismo dos consumidores é explicado pelas perspetivas mais positivas sobre a situação financeira do agregado familiar e a economia nacional. Portugueses esperam também realizar compras importantes. Já a confiança dos empresários estabilizou.
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A confiança dos consumidores portugueses aumentou em julho, segundo os inquéritos mensais de conjuntura divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas das empresas, estabilizou em julho, pondo fim ao "movimento ascendente observado nos três meses anteriores".
Os inquéritos do INE foram realizados entre os dias 1 e 17 de julho, antes de a União Europeia (UE) ter fechado um acordo comercial com os Estados Unidos que veio pôr fim à guerra comercial entre os dois blocos e que estava a gerar grande incerteza junto dos consumidores e empresários. Porém, ainda antes de fechado esse acordo, a confiança dos consumidores estava já a recuperar, assim como a dos empresários, após uma queda significativa em abril.
Em julho, o indicador de confiança dos consumidores aumentou de -16 pontos para -15,1. Esse maior otimismo dos consumidores é explicado pelo "contributo positivo das perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, da situação económica do país e da realização de compras importantes por parte das famílias". Porém, a evolução passada da situação financeira do agregado familiar deram um contributo negativo a este indicador.
É de notar, no entanto, que o indicador de confiança dos consumidores está ainda em valores negativos, o que significa que, apesar da melhoria observada em julho face ao mês anterior, a maioria dos portugueses continua a revelar um maior pessimismo do que otimismo.
No que toca às empresas, o indicador de clima económico estabilizou nos 2,8 pontos. O INE dá conta de que os indicadores de confiança diminuíram nos serviços e na construção e obras públicas e, em sentido contrário, a confiança aumentou na indústria transformadora e no comércio.
No caso dos serviços, o indicador de confiança diminuiu de 13,9 pontos para 12,3, após ter aumentado nos dois meses anteriores. A explicar essa diminuição estão os "contributos negativos dos saldos das apreciações sobre a atividade da empresa e das perspetivas relativas à evolução da procura, tendo as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas contribuído positivamente".
Já o indicador de confiança da construção e obras públicas também diminuiu no último mês, de 5,7 pontos para 3,6, após ter aumentado em maio e junho, "refletindo o contributo negativo das duas componentes, perspetivas de emprego e apreciações sobre a carteira de encomendas", segundo o INE.
Na indústria transformadora, o indicador de confiança manteve a tendência de aumento registada desde fevereiro, melhorando de -3,5 pontos para -3,3 em julho, com as opiniões sobre a evolução da procura global e as perspetivas de produção a contribuírem positivamente para a evolução do indicador.
Também o indicador de confiança do comércio aumentou, de 2,5 pontos para 2,9, "após ter diminuído nos últimos quatro meses, refletindo os contributos positivos das opiniões sobre o volume de vendas e das apreciações sobre o volume de stocks atual".
(notícia atualizada às 10:14)
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