Consumo cai pelo terceiro mês no Reino Unido
As despesas com a casa, alimentação e o transporte estiveram entre as mais afectadas na retracção do consumo revelada pelos britânicos. A subida do preço das casas também continua a travar.
Os britânicos voltaram a gastar menos, pelo terceiro mês consecutivo, em despesas de consumo, a reflectir o aumento da inflação a um nível superior ao dos salários, um ano depois de os eleitores terem decidido a saída do Reino Unido da União Europeia.
De acordo com dados de um estudo da IHS Markit e da Visa, citado pelo Financial Times, os gastos dos consumidores no mês passado caíram 0,8% em termos homólogos, com as despesas com a casa, alimentação e transporte entre as mais afectadas.
A contribuir para um cenário cinzento na economia britânica está ainda o abrandamento na subida dos preços das casas, que avançaram 2,1% no trimestre terminado em Julho, no ritmo mais baixo em mais de quatro anos.
A depreciação da libra em mais de 10% desde a decisão do Brexit teve ainda impacto num reforço do turismo interno, levando os britânicos a não saírem do território em férias: os gastos em hotéis, restaurantes e bases aumentaram 6%.
Uma descida de despesas que não se reflectiu contudo em Portugal: até Maio deste ano (dados disponíveis do Banco de Portugal) os turistas britânicos - principal mercado emissor - deixaram no país 808,7 milhões de euros em receitas turísticas, contra 702,6 milhões um ano antes, 15% mais. No mesmo período, as dormidas aumentaram de 2,96 milhões para 3,13 milhões.
Na semana passada o Banco de Inglaterra reviu em baixa as perspectivas de evolução económica e dos salários no Reino Unido, reconhecendo que tanto os cidadãos como as empresas enfrentam incertezas devido ao processo de desvinculação da União Europeia.
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