pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Fundo da Segurança Social investiu em 11 fundos imobiliários

O ministro da Segurança Social acusa o PSD de "inaceitável mescla de demagogia e ignorância" quando critica a aplicação de parte do fundo de estabilização da Segurança Social na reabilitação urbana. 500 milhões de euros serão canalizados para o fundo de reabilitação.

vieira da silva ministro solidariedade segurança social joão pedro matos fernandes ambiente parlamento
vieira da silva ministro solidariedade segurança social joão pedro matos fernandes ambiente parlamento Miguel Baltazar
04 de Maio de 2016 às 16:28

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) não só está legalmente habilitado a investir em fundos imobiliários, como vem aplicando parte das suas verbas neste tipo de instrumentos: ao todo, ao longo dos últimos anos o FEFSS fez aplicações em 11 fundos imobiliários, quatro dos quais nacionais. Foi desta forma que Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, reagiu às acusações do PSD que de o Governo está a pôr em perigo as pensões dos futuros reformados quando pretende colocar parte das verbas do FEFSS a financiar a reabilitação urbana.

Durante um debate agendado a pedido do PSD para discutir a sustentabilidade da Segurança Social e os planos governamentais para o FEFSS, o deputado social-democrata Adão Silva convocou Shakespeare para dizer que "há algo de podre neste propósito governamental".

O PSD discorda que o FEFSS, que actualmente dispõe de cerca de 14 mil milhões de euros, que têm vindo a ser capitalizados ao longo dos anos, possa investir os seus recursos na reabilitação urbana. Adão e Silva diz que o sector imobiliário "é de elevado risco" e teme que o Governo leve a Segurança Social à ruína. "E se algo corre mal? E se os milhões daqui a uns anos tiverem desaparecido?", questionou o social-democrata.  

Na resposta, Vieira da Silva acusou o PSD de tratar o problema da sustentabilidade da Segurança Social com "inaceitável mescla de demagogia e ignorância".

O ministro recordou que o quadro legal sempre previu a possibilidade de aplicação das reservas da Segurança Social em fundos imobiliários até um máximo de 10%, e adiantou que "ao longo destes aos o FEFSS participou em 11 fundos imobiliários dos quais quatro nacionais".

Garantiu ainda que o investimento do FEFSS no Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) "não correrá riscos injustificados" e enunciou os instrumentos que, segundo o Governo, minimizarão estes riscos: a gestão dos investimentos é da responsabilidade de um fundo imobiliário público sujeito a todas as normas de fiscalização; a participação do FEFSS será sempre minoritária; o fundo destina-se a garantir a recuperação de património destinado ao mercado, com rentabilidades adequadas (espera-se que renda entre 3% a 4%); a organização e gestão do fundo será feita em condições de flexibilidade que garantam uma gestão prudente.

O Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) foi anunciado em Abril pelo Governo e terá como participantes iniciais sobretudo entidades públicas. O Estado Central ou câmaras municipais, por exemplo, poderão ali colocar imóveis que tenham devolutos e que queiram encaminhar para arrendamento. O mesmo poderá acontecer com Instituições Particulares de Segurança social (IPSS) ou Misericórdias, o chamado terceiro sector e que são detentoras, país fora, de um património imobiliário vasto e que não reabilitam por falta de condições financeiras para o fazer.

O FEFSS, uma almofada que tem sido alimentada com os excedentes da Segurança Social, nos anos em que os há, entra com 500 milhões dos 1,4 mil milhões de euros previstos para o FNRE, como anunciado em Abril. Inicialmente, António Costa tinha sugerido que a totalidade dos 1,4 mil milhões viriam da Segurança Social, o que levou o PSD a estranhar esta quarta-feira a redução de verbas. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio