Incêndio em Aljezur destruiu uma habitação e segue fora de controlo em direção a Lagos
O segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Abel Gomes, admitiu que o fogo "continua fora de controlo, avançando com intensidade, alimentado pelo vento forte que afeta a região".
O incêndio que deflagrou este domingo na Bordeira, no Algarve, destruiu uma casa de segunda habitação em Aljezur, e mantém-se fora de controlo em direção ao concelho de Lagos, indicou a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa, o segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Abel Gomes, admitiu que o fogo "continua fora de controlo, avançando com intensidade, alimentado pelo vento forte que afeta a região".
"O fogo está fora da nossa capacidade de extinção e não fez, até agora, qualquer vítima", notou.
O responsável explicou que o vento, com uma intensidade constante de 30 quilómetros por hora (km/h) e rajadas entre os 50 e os 60 km/hora, "tem sido o grande problema no combate", fazendo com que as chamas tenham avançado 1.360 metros por hora, destruindo 52 hectares de mato e floresta em cada hora.
Além do mato e floresta, as chamas destruíram uma casa de segunda habitação, que se encontrava desocupada, "a única situação confirmada até agora", referiu.
O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, também presente na conferência de imprensa, confirmou a destruição da habitação, explicando que os serviços municipais "andam no terreno a fazer o levantamento e verificar se houve outras casas afetadas".
Por seu turno, o presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, disse que a "grande preocupação está agora na povoação de Barão de São João, uma zona que tem casas dispersas por uma vasta área".
De acordo com o comandante Abel Gomes, o fogo "terá tido origem em trabalhos agrícolas", cabendo à Guarda Nacional Republicana a investigação para apurar as causas.
Abel Gomes reafirmou que o vento continua a dificultar as operações de combate ao fogo, decidindo os bombeiros efetuar o combate aos flancos do fogo para diminuir a sua intensidade "para depois atacar a cabeça".
"Existe um potencial muito grande de as chamas evoluírem rapidamente, sendo a nossa preocupação a segurança de pessoas e animais", realçou.
Abel Gomes manifestou-se ainda preocupado com as condições meteorológicas, dado que, "a previsão aponta a continuação do vento até terça-feira".
O fogo obrigou também ao corte e condicionamento do trânsito em alguns troços rodoviários, nomeadamente nas estradas nacionais 120 e 268, entretanto reabertas ao tráfego, mantendo apenas a interdição em algumas estradas municipais, concluiu.
O fogo teve início pouco depois do meio-dia, tendo a Proteção Civil empenhado no combate inicial, entre as 12:36 e as 13:00, um total de 63 operacionais, entre bombeiros, sapadores e equipas logísticas, apoiados por cinco meios aéreos e 13 veículos, entre estes últimos, duas máquinas de rasto.
A combater o fogo, até às 17:00, estiveram envolvidos 329 elementos de várias valências da Proteção Civil, 12 meios aéreos -- entre aviões e helicópteros -, 117 veículos, entre os quais sete máquinas de rasto.
De acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 21:25 combatiam o incêndio 487 operacionais, apoiados por 169 viaturas.
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