Marcelo defende que houve "estabilidade apreciável" em Portugal nos seus mandatos
Marcelo Rebelo de Sousa falou das suas três dissoluções, justificando-as uma por uma, comparou a situação política portuguesa dos últimos anos com as de outros países europeus e assinalou o tempo de convivência que teve com o anterior primeiro-ministro, António Costa.
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O Presidente da República defendeu hoje que houve "estabilidade apreciável" em Portugal nos seus mandatos, apesar das dissoluções do parlamento, que afirmou terem sido indesejadas, por fatores fora do seu controlo e a terceira "totalmente alheia" à sua vontade.
Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta posição em declarações aos jornalistas durante a oitava e última Festa do Livro no Palácio de Belém, em Lisboa, quando fazia um balanço desta iniciativa, a propósito das críticas que lhe foram dirigidas por António Sampaio da Nóvoa em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF.
Questionado sobre as críticas pelas "três bombas atómicas" nos seus mandatos, que Sampaio da Nóvoa qualificou como "uma violência democrática absolutamente imensa" que foi "pasto fértil para estes populismos", o chefe de Estado começou por expressar admiração pelo antigo candidato presidencial, que foi seu adversário em 2016.
"Eu não costumo comentar figuras da vida política portuguesa, e muito menos uma pessoa que eu admiro muito, que ainda por cima foi meu adversário há dez anos, e que eu admiro e que acho que tem perfil para poder ser Presidente da República. Depois não quis candidatar-se mais, mas tinha perfil", considerou.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa falou das suas três dissoluções, justificando-as uma por uma, comparou a situação política portuguesa dos últimos anos com as de outros países europeus e assinalou o tempo de convivência que teve com o anterior primeiro-ministro, António Costa.
"Portugal tem tido uma estabilidade apreciável, porque em dez anos teve verdadeiramente dois primeiros-ministros, um dos quais oito anos e meio. É uma apreciável estabilidade", defendeu.
O Presidente da República referiu que "foi possível haver uma coabitação de um Governo [do PS] o mais à esquerda da democracia portuguesa depois da revolução com um Presidente de direita", frisou que conviveu com o mesmo primeiro-ministro "durante oito anos e meio", e comentou: "Se isto não é estabilidade, não sei o que é estabilidade".
No seu entender, "os sistemas políticos estão todos muito em crise, nomeadamente os europeus, e Portugal tem aguentado mais do que a generalidade dos sistemas políticos europeus".
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