Desemprego mantém-se nos 11,1%
(Nota prévia: nos últimos meses têm surgido valores diferentes para a taxa de desemprego, que podem deixar os leitores confusos. Isso explica-se porque o INE publica duas "taxas de desemprego" diferentes. Uma mensal e outra trimestral. Os dois valores têm diferenças metodológicas e, no caso do segundo, nunca são ajustados à sazonalidade. O indicador a que este artigo se refere é a taxa de desemprego mensal, publicada hoje pelo INE.)
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Volta a repetir-se o filme dos últimos meses. A taxa de desemprego provisória estimada para Julho manteve-se inalterada face a Junho nos 11,1%. No entanto, o valor de Junho foi revisto ligeiramente em baixa, de 11,2% para 11,1%, em dados ajustados à sazonalidade.
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Para compensar esta dificuldade de comunicar exactamente o que se está a passar no mercado de trabalho, o Instituto Nacional de Estatística (INE) alterou a estratégia de divulgação, desvalorizando o valor de Julho - ainda provisório – e concentrando-se na tendência e nos meses que já estão "fechados". "Taxa de desemprego: valores definitivos relativos a Junho prosseguem trajectória descendente" é o título do destaque publicado esta manhã.
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"A estimativa definitiva da taxa de desemprego de Junho de 2016 situou-se em 11,1%, prosseguindo a trajectória descendente que se verifica desde Fevereiro de 2016. Aquele valor representa uma revisão em baixa, de 0,1 pontos percentuais, face à estimativa provisória divulgada há um mês (11,2%)", escrevem os técnicos do INE. Recorde-se que o objectivo do Governo para 2016, é uma taxa de desemprego de 11,4%.
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A revisão feita pelo INE aos valores de Julho nem é muito relevante no que diz respeito ao desemprego (menos 0,1 pontos e menos três mil pessoas desempregadas), mas tem mais importância do lado do emprego, que afinal cresceu mais do que se pensava (revisão em alta de 16 mil pessoas).
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E quanto a Julho? O que trouxeram estes dados de novo. Segundo os dados provisórios do INE para esse mês, a população desempregada aumentou ligeiramente face a Junho (quase duas mil pessoas), enquanto a população empregada também cresceu (perto de dez mil). Deverão existir 567,3 mil portugueses sem trabalho e 4.558 mil empregados.
Segundo o INE, em Julho "assistiu-se a um acréscimo mensal na população desempregada de mulheres (1,5%; 4,1 mil) e de adultos (0,4%; 2,0 mil)". "A população desempregada de jovens manteve-se praticamente inalterada face ao mês anterior e a população desempregada de homens diminuiu (0,8%; 2,2 mil)", acrescentam os técnicos.
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Afinal, qual é a taxa de desemprego?
Afinal, qual é a taxa de desemprego?
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Se olharmos para os dados não ajustados de sazonalidade, a taxa de desemprego fixa-se nos 10,7%. Ligeiramente acima do mês anterior, que também foi revisto em baixa pelo INE: 10,6%. Estes números já ficam mais próximos dos valores trimestrais que ficámos a conhecer há poucos dias. O Inquérito Trimestral do INE concluía que o desemprego estava nos 10,8% entre Abril e Junho deste ano. O que justifica estas diferenças de valores?
Em primeiro lugar, o desemprego trimestral reflecte os valores entre Abril e Junho. Já o desemprego mensal de Julho inclui dados de Junho, Julho e uma estimativa para Agosto. Além disso, o desemprego trimestral nunca é ajustado de sazonalidade, enquanto o desemprego mensal tem dois modelos, ajustado e não ajustado. O primeiro - que tenta excluir o impacto dos empregos de verão, por exemplo - mostrava o desemprego nos já referidos 11,1%, o segundo nos 10,7%. Por último, o inquérito trimestral do INE abrange toda a população com mais de 15 anos, mas os valores mensais publicados hoje excluem todas as pessoas com mais de 74 anos.
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