O tradicional arranque da época alta do turismo, em abril, foi acompanhado por uma descida forte no número de desempregados registados no centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), com um forte apoio do setor dos serviços.

Os dados deste último mês, publicados nesta terça-feira pelo IEFP, indicam que em termos mensais o desemprego registado recuou 4,8%, com uma redução total de 15.898 inscrições ativas por desemprego face a março. 

Esta evolução representa um terceiro mês consecutivo de diminuições no número daqueles que estão inscritos nos centros IEFP após perda de emprego, e poderá representar a continuação de tendência de melhoria nos dados do mercado de trabalho que ainda se reflete nas estatísticas que têm vindo a ser publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística apesar do mau desempenho da economia do arranque do ano.

O desemprego registado no IEFP em abril é também 1,5% inferior ao do mesmo mês do ano passado, com menos 4.708 inscrições ativas.

Recuou também o número de novas inscrições por desemprego, no fluxo de entradas ao longo do mês, numa diminuição de 11,4% face a março e de 11% face à situação vivida em abril de há um ano, o que se reflete numa redução mais expressiva nos inscritos há menos de um ano nos centros IEFP ( menos 15.871 do que nos mês anterior) enquanto o número de desempregados de longa duração permanece estável (apenas menos 27).

Os dados do IEFP também mostram que perto de metade da quebra mensal no desemprego total registado se verifica entre indivíduos com habilitações ao nível do ensino secundário (menos 7.154), com os dados disponíveis (relativos apenas às regiões de Portugal continental) a mostrarem ainda que as grandes diminuições ocorrem entre trabalhadores não qualificados (menos 4.965) e entre trabalhadores dos chamados serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (menos 3.967).

É o setor de serviços, onde se concentram as atividades do turismo, comércio ou atividades administrativas, que é também o responsável pela grande parte da redução observada nos dados de desemprego registado (menos 10.202 inscrições), pese embora também se assista a alguma diminuição mensal no desemprego com origem nas atividades industriais (menos 1.460). Contudo, o desemprego registado com origem na indústria persiste ainda em níveis superiores aos do ano anterior, com mais 2.543 inscrições ou mais 4,6% do que em abril de 2024.