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Marcelo promulga Orçamento do Estado para 2022 apesar das "limitações evidentes"

O Presidente da República promulgou esta sexta-feira o Orçamento do Estado para 2022, apesar de considerar que tem limitações evidentes.

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, tomada de posse
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, tomada de posse
17 de Junho de 2022 às 19:56

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o Orçamento do Estado para 2022, se bem que considere que "padece de limitações evidentes, e, porventura, inevitáveis".

O Presidente da República recorda que o OE, em vez de entrar em vigor a 1 de janeiro, só pode ser aplicado a partir de julho deste ano "por razões que são conhecidas", além de que "ainda convive com um tempo de pandemia a converter-se em endemia".

Além disso, sublinha, o OE2022, "reelaborado e debatido em período de guerra, baseia-se num quadro económico em mudança e de contornos imprevisíveis, como imprevisíveis são o tempo e o modo do fim da guerra e os seus efeitos na inflação, no investimento, e no crescimento, em Portugal como na Europa, ou no resto do mundo".

O chefe de Estado refere ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) só conhecerá aplicação sensível a partir da segunda metade de 2022 e que "o ajustamento das sociedades e das administrações públicas ao novo tempo — pós-pandemia e pós-guerra — está por definir".

"No nosso caso", diz, "a modernização administrativa, também ligada às mudanças nas qualificações, no digital e na energia, conhece um compasso de espera. Exemplo disso mesmo é a descentralização, atrasada no seu processo, e levantando ainda questões de substância, de financiamento e de tempo e modo de concretização".

Marcelo Rebelo de Sousa considera assim que "o Orçamento para 2022 acaba por ser um conjunto de intenções num quadro de evolução imprevisível, condenado a fazer uma ponte precária para outro Orçamento – o de 2023 – cuja elaboração já começou e que se espera já possa ser aplicado com mais certezas e menos interrogações sobre o fim da pandemia, o fim da guerra, os custos de uma e de outra na vida das nações e das pessoas".

"Apesar de tudo isto, faz sentido promulgar e aplicar, o mais cedo possível, este Orçamento", salienta. Isto porque "é preferível ter um quadro de referência, mesmo se tentativo e precário, ultimado há um mês, a manter o quadro anterior, ultimado há mais de seis meses".

O Presidente da República refere também que "é preferível não sacrificar, por mais tempo, pessoas e famílias que estão, desde janeiro, à espera de – mesmo se pequenas, mas para elas importantes – medidas sociais".

Além disso, "é preferível concentrar no Orçamento para 2023 – na sua preparação e debate – as matérias que estão ou possam estar em suspenso – desde a execução do Plano de Recuperação e Resiliência até a outros fundos europeus, à descentralização, à mais clara visão acerca dos custos da pandemia e da guerra e da sua duração".

Justifica ainda com o facto de ser preferível "não ficar preso ao passado – regressando a uma discussão sobre o Orçamento para 2022, um Orçamento de ponte, para meio ano – atrasando mais um mês a sua aplicação, e olhar para o futuro e, sobre ele, debater abertamente a realidade possível e desejável".

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