Governo propõe aumentos na Função Pública de 55 euros com mínimo de 2,1%

São as condições para o próximo ano. Numa proposta de acordo apresentada aos sindicatos da Função Pública o Executivo também defende que o salário mais baixo da Função Pública fique cinco euros acima do salário mínimo até ao final da legislatura, em 2028.
Pedro Catarino
Catarina Almeida Pereira 18 de Outubro de 2024 às 12:45

O Governo propõe que no próximo ano os aumentos na Função Pública sejam de 55,26 euros com um mínimo de 2,1%, em vez dos 2% inicialmente assumidos com base no acordo anterior.

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A diferença de uma décima está prevista na proposta de acordo apresentada esta sexta-feira à Fesap, tanto para o próximo ano como para 2026. A partir de 2027, o aumento seria de 57,89 euros com um mínimo de 2,2%.

Desta forma, os aumentos salariais começam nos 6,5% e vão decrescendo (em proporção), estabilizando nos 2,2% a partir dos 2620,23 euros.

A proposta do Governo estabelece um calendário para a legislatura que prevê que a base remuneratória da Função Pública fique sempre cinco euros acima do salário mínimo. Assim, além dos 875 euros já propostos para o próximo ano, prevê-se que a base remuneratória chegue aos 1.025 euros em 2028 (925 euros em 2026 e 975 euros em 2027).

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"É poucochinho, insuficiente", diz José Abraão (na foto), secretário-geral da Fesap, lembrando que a previsão de inflação do Governo é de 2,3% no próximo ano. 

Em declarações ao Negócios, o dirigente sindical não exclui um acordo se forem valorizadas as carreiras gerais e garantida a questão da recuperação do tempo de serviço para todos os trabalhadores, que até aqui só está garantido para quem trabalhou de forma ininterrupta no Estado durante quase duas décadas.

A Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (também da UGT) diz em comunicado que "constatou a evolução, mas referiu que a mesma está longe de cobrir o valor da inflação e muito longe de recuperar o poder de compra perdido desde os tempos da troika". 

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Na proposta de acordo é também feita uma calendarização em relação à revisão de carreiras especiais, começando no final deste ano pelas de bombeiros sapadores e administrador hospitalar. Na primeira metade do próximo, são negociadas as carreiras de oficial de justiça e técnico superior de saúde, com as restantes a serem remetidas para mais tarde.

Alterações à mobilidade, doença, férias

ou greve negociadas em novembro

Quanto à dúvida sobre o que pretende o Governo fazer com a proposta de autorização legislativa que submeteu ao Parlamento para mexer nos artigos que regulam a mobilidade, a doença, as férias ou a greve, o Governo terá reiterado a ideia de que "não são alterações de fundo", diz o líder da Fesap. 

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No caso concreto da greve, em causa estarão exigências em relação à comunicação aos serviços e à DGAEP, segundo explicou José Abraão. No caso das férias, de acordo com a informação prestada também à Frente Comum, o objetivo será "facilitar o processo de marcação", diz Sebastião Santana, e no caso da mobilidade alterar os prazos para que as entidades se pronunciem.

Já quanto à doença, o Governo sinalizou que não quererá alterar o valor das baixas, que é mais alto no setor público do que no privado. "Ao que fomos informados não vão mexer nem no valor nem no regime de proteção social. O Governo disse que era com o objetivo de aproximar procedimentos e não alterar o regime". "No entanto sem conhecer os diplomas não podemos avançar mais com o que for". 

Em comunicado, o Ministério das Finanças indica que "ficou acordado iniciar-se, em novembro, o diálogo com as

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Estruturas Sindicais da Administração Pública" sobre as matérias relativas às autorizações legislativas.

O orçamento do Estado, que passará com a abstenção do PS, é votado na generalidade no final do mês, mas a votação final global só acontece no final de novembro. 

Notícia atualizada às 16:48 com mais informação

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