BES e Montepio lideram "apagão" nas transferências para offshores
O Banco Espírito Santo (BES) e o Montepio Geral concentram cerca de metade das transferências para offshores que desapareceram dos registos do Fisco e foram as únicas instituições a registarem "apagões" durante três anos. Trata-se de uma concentração elevada de problemas em apenas dois bancos.
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Segundo avança esta sexta-feira o Jornal Económico, o BES e o Montepio Geral fizeram 13 mil transferências para territórios offshores que desapareceram dos radares do Fisco na sequência dos problemas informáticos que estão a ser investigados. Estas 13 mil transferências representam 51% dos casos desaparecidos, o que revela uma elevada concentração de problemas relacionados com estas duas instituições.
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Além disso, BES e Montepio foram as duas únicas instituições a registarem "apagões" em três exercícios, escreve o jornal.
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São estatísticas que continuam a adensar as dúvidas sobre a origem dos problemas informáticos, que, apesar do relatório da Inspecção-geral de Finanças (IGF), não ficam esclarecidas.
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Recorde-se que a Inspecção-Geral de Finanças, encarregue de averiguar o sucedido, considerou recentemente "extremamente improvável" ter existido mão humana deliberada para ocultar 10 mil milhões de euros transferidos de 2011 a 2014, 8 mil milhões dos quais por dois grupos empresariais.
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Contudo, a auditoria não convenceu o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, que num despacho referiu que há "aspectos relevantes" por esclarecer e ordenou que o fisco averigúe se houve uma "marcação de transferências específicas".
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Outra das coincidências suspeitas, já relatada pelo jornal Público, reside no facto de o programa informático usado pelo fisco nos últimos anos para registar as transferências para offshores só ter registado problemas no caso concreto destas operações. O sistema também serve para fazer o processamento de outras declarações, como retenções de taxas liberatórias, mas as anomalias só se verificaram no registo do dinheiro enviado para paraísos fiscais.
O relatório e o despacho do secretário de Estado Fernando Rocha Andrade estão a ser analisados pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
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