Rajoy recusa ter aumentado impostos para evitar sanções
O primeiro-ministro espanhol em exercício recusou que o Governo de Madrid tenha decidido um aumento de impostos às empresas como forma de evitar eventuais penalizações que possam ser impostas ao país por ter falhado - como Portugal - a redução do défice nos últimos anos.
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"Não há nenhuma subida de impostos, nenhuma. O que há é uma descida dos juros do imposto empresarial", afirmou Mariano Rajoy aos jornalistas esta terça-feira, 13 de Julho, argumentando que a medida estava prevista no programa de estabilidade que foi enviado a 30 de Abril à Comissão Europeia em caso de perda de receita.
"O que vai mudar são os pagamentos fraccionados, do IRPF [equivalente ao português IRC], retenções de sociedades maiores do que havia até agora. Estamos num contexto economicamente favorável, os lucros estão a subir 12,4% e as retenções a baixar 56%. [Esta medida] não supõe uma subida de impostos, mas de retenções", afirmou Rajoy na mesma conferência de imprensa em que admitiu não se apresentar à investidura para liderar o próximo governo espanhol se não tiver apoios suficientes.
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O primeiro-ministro assegurou ainda que a medida - que deverá permitir arrecadar mais 6 mil milhões de euros - não vai afectar a liquidez das empresas porque, no acesso ao financiamento no mercado, beneficiam de juros praticamente zero.
O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, tinha anunciado esta terça-feira (dia em que foi formalmente aberto o processo de sanções contra os países ibéricos) que Madrid ia propor um aumento do imposto sobre empresas para reduzir o défice orçamental a partir de 2017 e evitar sanções da União Europeia.
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De acordo com o El País, o aumento das retenções das grandes empresas é uma das medidas apresentadas por Madrid a Bruxelas como garantia de que o défice ficará abaixo dos 3% em 2017.
Além do aumento das retenções, Espanha espera encaixar mais mil milhões de euros a mais do que o previsto através de medidas de combate à fraude fiscal e poupar 1.500 milhões de euros no financiamento, ajudada pela queda dos juros ditada pela operação de compra de dívida do BCE.
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