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Vice-presidente brasileiro abre porta a saída do Governo de Dilma

O número dois de Dilma Roussef enviou uma carta à presidente brasileira em que mostra insatisfação sobre o seu papel "secundário" na estrutura governativa brasileira, no que parece indiciar disponibilidade para abandonar o Governo.

Michel Temer Dilma Roussef
Michel Temer Dilma Roussef Reuters
08 de Dezembro de 2015 às 18:24

Rebentou uma nova polémica em torno da presidente brasileira, Dilma Roussef. Isto depois de, na passada segunda-feira à noite, o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, ter enviado uma carta a Dilma em que critica a atitude da presidente brasileira em relação a ele próprio e ao seu partido, o PMBD.

 

Na missiva cujo conteúdo foi tornado público pela comunicação social brasileira já esta terça-feira, 8 de Dezembro, Michel Temer coloca em causa as afirmações feitas nesse mesmo dia por Dilma Roussef. A presidente Dilma tinha ontem afiançado depositar total confiança no seu número dois, mas para Temer tal não corresponde à realidade.

Na carta em questão, o vice-presidente começa por notar tratar-se de uma "carta pessoal" e de um "desabafo que já deveria ter feito há muito tempo", para depois dizer que sempre teve noção da "desconfiança" de Dilma e dos seus mais próximos em relação a ele próprio e ao PMDB.  

 

Para Temer, essa desconfiança é "incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu Governo" e o resultado disso mesmo é a "desconfiança e menosprezo" em relação ao Governo, ao próprio Michel Temer e ao PMDB.

 

Depois, o vice brasileiro discorre ao longo de 11 pontos em que elenca um conjunto de "factos" que sustentam o porquê da convicção de que nem Dilma nem o Partido Trabalhista confiam no seu aliado de Governo. Além de dizer que foi um elemento meramente "decorativo" durante o primeiro mandato presidencial de Dilma, Temer critica só ter sido chamado para resolver "crises políticas", sendo sempre deixado de parte aquando da tomada de decisões sobre as "políticas para o país".

 

Entre os vários episódios descritos pelo vice brasileiro, conta-se ainda um encontro mantido entre Dilma e o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, com quem Temer garante manter uma "boa amizade", e para o qual o vice brasileiro nem sequer foi convidado.

 

Esta carta está a ser lida pelos media brasileiros como um sinal de que Michel Temer estará a abrir a porta a uma eventual saída do Governo brasileiro, antecipando assim uma hipotética destituição da presidente brasileira, uma questão que permanece na ordem do dia no Brasil.

 

O Folha de São Paulo noticia mesmo que já esta terça-feira vários deputados federais do PMDB se reuniram para discutir a maneira de afastar o líder da bancada deste partido no Parlamento brasileiro. Isto porque Leonardo Picciani é contra a destituição de Dilma.

 

Uma das possibilidades aventadas é a de que Michel Temer tem como pretensão avançar com uma candidatura presidencial, pretendendo com a referida carta enfraquecer a posição de Dilma Roussef. No entanto, Temer já reagiu nas redes sociais garantindo que não pretende romper a aliança com Dilma e com o PT. Pelo seu lado, Dilma já reiterou manter total confiança no seu número dois no Executivo brasileiro.

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