Afinal, qual a importância da Gronelândia?
A compra de territórios não é novidade, mas rara em pleno no século XXI. Se olharmos para a história, e em particular a dos Estados Unidos, mais de metade do território foi comprado a outros países. É o caso, por exemplo, do Alasca comprado à Rússia, a Flórida comprada a Espanha ou o Louisiana comprado aos franceses, entre outros.
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Mas a última aquisição aconteceu há mais de um século, em 1917, quando os Estados Unidos compraram as Ilhas Virgens à Dinamarca. No regresso à presidência, Donald Trump recuperou uma ideia que já defendia em 2019 e anunciou que quer comprar a Gronelândia, mais uma vez à Dinamarca.
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Qual a relevância da Gronelândia?
A Gronelândia, localizada no Ártico e Atlântico Norte, é a maior ilha do planeta e tem uma grande importância geoestratégica. Ao longo da história, os Estados Unidos quiseram comprar a ilha diversas vezes para usar o território como primeira linha de defesa.
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Aliás, há uma base norte-americana na ilha que é utilizada para detetar ameaças de mísseis. A preocupação americana tem aumentado com o reforço da presença militar russa naquela área nos últimos anos.
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Por outro lado, as reservas de minerais do território despertaram o interesse de potências globais como a Rússia e a China. O degelo de grandes glaciares tem tornado mais fácil o acesso a reservas de combustíveis fósseis e outras matérias-primas que existem no subsolo e ao largo da costa, como petróleo, gás natural, carvão e urânio.
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Tendo em conta as vantagens económicas e geoestratégicas, os Estados Unidos querem reforçar a presença na ilha e, em 2020, foi reaberto um consulado norte-americano que estava fechado desde 1953. Mas isso não chega a Trump que quer controlar a Gronelândia e as rotas comerciais marítimas entre os oceanos Pacífico e Atlântico, através do Ártico.
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O que são as terras raras?
Outro fator que justifica o interesse dos Estados Unidos é a descoberta de minerais de terras raras que podem tornar a Gronelândia no segundo maior produtor mundial, a seguir à China. Os depósitos em grande quantidade foram encontrados em Kvanefjeld, no sul da ilha, e despertaram o interesse de empresas estrangeiras, incluindo chinesas.
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Os minerais de terras raras são sobretudo usados para turbinas eólicas, baterias recarregáveis, veículos elétricas, ecrãs LCD, e telemóveis, mas também podem ser usados no setor da defesa, em sistemas de orientação, radares ou lasers.
Atualmente a China domina o mercado ao deter quase 70% das reservas mundiais, mas a Gronelândia pode abanar o tabuleiro das matérias-primas.
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