Mais de metade dos políticos teve mais de três mandatos – Público
Mais de metade dos políticos (52%) exerceu mais de três mandatos, no mesmo cargo ou não. Houve pouca renovação durante o período democrático (desde 1974), conclui uma tese de doutoramento citada esta sexta-feira, 20 de Maio, pelo jornal Público.
PUB
O estudo, que analisou o percurso de deputados à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, membros de governo e presidentes de câmaras municipais, conclui que houve uma estagnação na classe política.
O autor Jorge Fraqueiro, ex-jornalista e actual assessor político, conclui que metade dos políticos que ocuparam mandatos entre 1974 e 2012 "foram-se perpetuando nos lugares, numa estagnação que representa, em média, cerca de 44% e que vem confirmar a voz popular" que indica que "os políticos portugueses são quase sempre os mesmos".
PUB
Jorge Fraqueiro Autor da tese de doutoramento
PUB
Mais de metade dos cerca de 7800 actores políticos (52%) exerceram mais de três mandatos, 16% assumiram três mandatos, 14% participaram em dois e 1344 (17%) exerceram funções durante um mandato.
Por "estagnação" considera-se a permanência de um político por mais de dois mandatos no Parlamento Europeu ou de três nos outros cargos. É nas câmaras municipais (estagnação de 64%) e no Parlamento (53%) que os actores se repetem mais, sendo menor a percentagem no Parlamento Europeu (30%).
PUB
"Pouco mais de 20% dos repetentes foram responsáveis pelo ocupação de aproximadamente 52% dos lugares", conclui o estudo.
O autor conclui que os partidos continuam "demasiado fechados sobre si mesmos, a funcionarem apenas para um círculo que lhes é próximo". Se o estudo tivesse em conta os familiares, os níveis de estagnação seriam mais altos. E se tivesse em conta a transição de políticos para cargos públicos "os níveis de estagnação atingiriam valores contrários à vida democrática da actividade política".
PUB
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda