Brent ultrapassa os 80 dólares. Irão pondera fechar Estreito de Ormuz após ataque dos EUA
Depois de Israel estar a lançar ataques aéreos contra o Irão há já uma semana, Donald Trump decidiu-se pela participação dos Estados Unidos. Acompanhe ao minuto.
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- Barril de Brent supera os 81 dólares. Dólar e ouro valorizam, bitcoin abaixo dos 100 mil dólares
- Objetivos israelitas ficaram "mais perto" após ataque dos EUA - Netanyahu
- Guterres alerta para "ciclo de retaliação sem saída" após ataques norte-americanos
- Agência de Energia Atómica da ONU vê "claros impactos" nas instalações atacadas
- França, Alemanha e Reino Unido pedem ao Irão que se empenhe em negociações
- Manifestações em Teerão contra ataque norte-americano
- Riscos de ataques no Mar vermelho. Cargueiros recebem alerta para avaliar mudança de rota
- Rubio: Fechar estreito de Ormuz seria "suicídio económico"
- Parlamento iraniano terá aprovado fecho do estreito de Ormuz
- Analista da Bloomberg diz que Irão está a querer minimizar impacto do ataque
- Modi falou com presidente do Irão e apelou a "desanuviamento imediato"
- Vance aponta para ataque único, mas não confirma nível de destruição das instalações nucleares
- Ataque dos EUA ao Irão teve nome de código "Midnight Hammer"
- “Ambições nucleares do Irão foram pulverizadas”, diz Hegseth
- Montenegro preocupado com risco de "grave escalada" no Médio Oriente
- Macron em contacto com líderes do Médio Oriente
- Irão “reserva todas as opções" para se defender
- MNE europeus reunem esta segunda-feira
- Von der Leyen diz que " mesa de negociações é o único lugar para pôr fim a esta crise" e deixa farpa aos EUA
- Costa "profundamente alarmado" com ataque dos EUA
- MNE iraniano afirma que EUA lançaram "guerra perigosa"
- As reações – de aplauso e de condenação
- Irão vai encerrar o Estreito de Ormuz?
- Trump diz que EUA “obliteraram” instalações nucleares. Irão afirma que impacto foi “superficial”
- Investidores vão acorrer a ativos de refúgio
- Israel riposta com ataques aéreos no ocidente do Irão
- Teerão pede reunião de emergência na ONU
- MNE iraniano diz que ataques dos EUA terão “consequências permanentes”
- Irão volta a disparar mísseis sobre Israel
- Conferência de imprensa este domingo no Pentágono
- Trump fala em “espetacular sucesso militar”
- EUA entram na ofensiva contra o Irão
O preço do petróleo disparou nas primeiras negociações após o ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas. O Brent – de referência para as importações europeias - sobe 5,7% para 81,40 dólares por barril, começando assim a terceira semana de valorizações consecutivas.
A reação era esperada tendo em conta a importância da região para o mercado energético. Os investidores estão em alerta máximo desde que Israel lançou uma onda de ataques aéreos surpresa ao Irão a 13 de junho, temendo que a interrupção do fluxo de petróleo e gás do Médio Oriente, particularmente através do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% das duas matérias-primas.
Caso Teerão avance com o fecho do estreito, o agravamento poderá ser ainda maior. A expectativa é que as ações desvalorizem, com os futuros do S&P 500 a apontarem em baixa. Ainda assim, o cenário no Médio Oriente foi outro e as ações em Tel Aviv atingiram mesmo um recorde histórico no domingo, com apostas de que a entrada de Washington no conflito com Teerão ajudaria a pôr fim ao mesmo.
O índice mais alargado TA-125 valorizou 1,77%, enquanto o índice de “blue chip” TA-35 subiu 1,5%. O índice de referência EGX30 do Egito foi o que mais ganhou na região, fechando a somar 2,7%. O Catar ganhou 0,2% e o índice do Bahrein 0,3%. Já o Tadawul da Arábia Saudita abriu em alta, mas acabou por fechar a perder 0,3%.
“O Golfo distanciou-se e tem apelado ao apaziguar, apoiando uma resolução pacífica, e chegou ao ponto de condenar a agressão israelita”, disse Fadi Arbid, sócio fundador e CIO da Amwal Capital Partners, à CNBC. “O mercado pode estar a prever a retirada de uma grande ameaça, que é a ameaça iraniana”.
Este efeito limita-se, contudo, à região. As bolsas europeias e norte-americanas poderão assistir a um “sell-off”, tal como as criptomoedas. Aliás, a bitcoin deslizou mesmo abaixo dos 100 mil dólares.
Em sentido contrário, deverá haver uma maior procura pela segurança do dólar e de outros ativos de refúgio, como as obrigações soberanas. Nas primeiras negociações, a divisa norte-americana e o ouro valorizaram. “Este ambiente de risco elevado levará os investidores a procurarem ativos seguros”, afirmou Ahmad Assiri, estrategista de mercado da Pepperstone, à Bloomberg.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que o seu país “ficou mais perto” dos objetivos que traçou para o Irão, após os bombardeamentos da aviação norte-americana na última madrugada contra instalações nucleares iranianas.
“Já conquistámos muito e, graças ao Presidente [norte-americano, Donald] Trump, estamos mais perto de atingir os nossos objetivos", declarou Netanyahu numa conferência de imprensa sobre a ofensiva iniciada por Israel a 13 de junho no Irão, justificada pela criação iminente de uma bomba nuclear, o que é refutado por Teerão.
O primeiro-ministro afirmou que Israel não vai prolongar a operação militar no Irão "para além do necessário", mas também não a vai encerrar antes de atingir os seus objetivos. "Quando atingirmos [os objetivos], não continuaremos a atividade para além do necessário. Mas também não a encerraremos prematuramente", declarou.
Netanyahu disse que um dia contará as conversas com Trump, que designou como seu amigo, que têm “detalhes muito interessantes” e que, a par dos dois serviços de informações (norte-americano e israelita), resultaram em “golpes muito duros” para o Irão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para um "ciclo de retaliação sem saída", na sequência dos ataques norte-americanos que visaram instalações nucleares iranianas que, segundo frisou, marcaram um "ponto de viragem perigoso" na região.
"Tenho condenado repetidamente qualquer escalada militar no Médio Oriente. Os povos da região não podem ser sujeitos a um novo ciclo de destruição. E, apesar de tudo, corremos o risco de mergulhar num ciclo sem saída de retaliação após retaliação", afirmou numa reunião de emergência a decorrer no Conselho de Segurança da ONU.
Esta reunião foi convocada, a pedido do Irão, horas depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter confirmado que bombardeiros norte-americanos tinham atacado com bombas anti-bunker as principais centrais nucleares do Irão, incluindo as instalações subterrâneas de Fordow.
Lusa
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, admitiu hoje “claros impactos” nas instalações nucleares iranianas de Fordo, Natanz, que foi arrasada, e Isfahan, que está praticamente inoperacional.
Os EUA descarregaram toneladas de bombas sobre estas três zonas num ataque sem precedentes contra a república islâmica.
“Há indícios claros de impactos, mas não podemos dizer nada sobre os danos nas instalações subterrâneas”, disse Grossi à CNN sobre as instalações de Fordo, protegidas por uma montanha de rocha perfurada esta manhã por “pelo menos duas bombas MOP de alta penetração”, a primeira vez que foram utilizadas em combate, segundo os Estados Unidos.
Segundo o responsável da agência de energia atómica da ONU, não se pode excluir que tenham ocorrido danos significativos nestas instalações nucleares subterrâneas.
"Em Natanz, todas as instalações de superfície foram completamente destruídas", afirmou Grossi, referindo que a cidade tem estado sob ataque preventivo israelita há vários dias.
As instalações subterrâneas parecem ter "sofrido muitos danos" devido aos cortes de energia provocados pelos bombardeamentos, disse.
A instalação nuclear de Esfahan, atingida por mísseis Tomahawk americanos nas últimas horas, também sofreu "danos significativos", acrescentou.
O diretor-geral da AIEA reiterou ainda que, embora a sua organização tenha lamentado a falta de informação fornecida pelo Irão nos últimos meses sobre o seu programa nuclear, também não dispunha dos elementos necessários "para demonstrar que planeava desenvolver uma arma nuclear", como afirmam os Estados Unidos e Israel.
França, Alemanha e Grã-Bretanha pediram hoje ao Irão, numa nota conjunta, para que “não tome mais nenhuma ação que possa desestabilizar a região”.
“Temos sido consistentemente claros quanto ao facto de o Irão nunca poder ter uma arma nuclear e não poder continuar a representar uma ameaça para a segurança regional”, afirmam os chefes de governo dos três países - Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Keir Starmer - dizem apelar "ao Irão para que se empenhe em negociações que conduzam a um acordo que resolva todas as preocupações associadas ao seu programa nuclear”.

A agência Bloomberg também nos dá conta de que os meios de comunicação social estatais do Irão estão a noticiar que uma “grande” multidão se reuniu na emblemática Praça Enghelab, em Teerão, para contestar os ataques militares dos EUA.
De acordo com os relatos, o Presidente Masoud Pezeshkian fez uma rara aparição no comício, com as pessoas a gritarem que não se “renderiam” e a apelarem ao governo para dar uma “resposta enérgica”, juntamente com slogans anti-Israel e anti-EUA. O New York Times também relata a presença do chefe de Estado iraniano num protesto de estudantes.
As imagens que surgem do local não permitem saber exatamente a dimensão da multidão, segundo a Bloomberg. Há já algum tempo que o regime está descontente com a inflação e com a economia em geral. Mas os ataques norte-americanos podem igualmente constituir um momento de “união à volta da bandeira” para o regime dos Ayatolas.
Segundo a Bloomberg, nas últimas horas registaram-se novos avisos de riscos sobre a navegação comercial, intensificados por uma eventual reação do Irão aos ataques norte-americanos desta madrugada.
O Joint Maritime Information Center (Centro Conjunto de Informação Marítima), um organismo que transmite mensagens entre os navios comerciais e as marinhas ocidentais que operam na região do Médio Oriente, emitiu uma atualização às embarcações dizendo que vê agora uma ameaça elevada para os navios com afiliação americana que navegam no Mar Vermelho.
Isto acontece depois de os Houthis terem renovado as suas ameaças contra quem opere na região. O JMIC aconselhou as embarcações a considerarem a possibilidade de se desviarem da rota.
O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio afirmou este domingo em entrevista à Fox News, citada pela Bloomberg, ter a "certeza" que o Irão tem um projeto para uma arma nuclear.
De acordo com Rubio, o país tinha “todas as estruturas” e “toda a ciência” necessárias para atingir esse objetivo. “Agora, nem por isso”, afirma após os ataques de sábado à noite.
Sobre o eventual encerramento do estreito de Ormuz pelo regime iraniano, via fluvial fundamental para o transporte de petróleo, Rubio adiantou que tal seria um “suicídio económico”.
O parlamento iraniano terá aprovado o encerramento do estreito de Ormuz, avança o jornal britânico The Guardian, citando a agência Reuters.
Segundo a publicação, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão tomará a decisão final sobre esta medida. O encerramento do estreito entre o Irão e Omã poderá afetar significativamente o comércio mundial e catapultar os preços do petróleo na reabertura dos mercados, esta segunda-feira.
A decisão de fechar o estreito, por onde passa cerca de 20% da procura mundial de petróleo e gás, ainda não é definitiva, assegura o The Guardian citando a Reuters, mas o comandante da Guarda Revolucionária, Esmail Kosari, terá dito este domingo ao Clube de Jovens Jornalistas que essa decisão está na ordem do dia e “será tomada sempre que necessário”.
A analista geoeconómica da Bloomberg Economics para o Médio Oriente, Dina Esfandiary, afirma à agência noticiosa que os iranianos parecem estar a querer minimizar o impacto do ataque dos EUA, dizendo que as instalações nucleares sofreram poucos danos.
"Esta poderia ser uma forma de estabelecerem as bases para uma resposta limitada, apesar da crescente pressão interna para que o Irão responda e até se apresse a construir uma bomba. Mas o Irão não quer entrar numa guerra com os EUA que não pode ganhar", afirmou a especialista.
O primeiro-ministro da Índia revelou que esteve ao telefone com o presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, tendo apelado a um "desanuviamento imediato" das tensões entre o país e os Estados Unidos.
Narendra Modi escreve na rede social X que debateu "em pormenor a situação atual" com o chefe de Estado iraniano, tendo manifestado uma "profunda preocupação com as recentes escaladas" de tensões no Médio Oriente, após o ataque dos EUA a três instalações nucleares do regime de Teerão.
"Reiterámos o nosso apelo ao desanuviamento imediato, ao diálogo e à diplomacia como via a seguir e ao rápido restabelecimento da paz, da segurança e da estabilidade regionais", destacou Modi.
O vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou este domingo que os Estados Unidos “não destruíram” a diplomacia com o seu ataque às instalações nucleares iranianas, dizendo ao programa “Meet the Press”, da NBC, que Teerão nunca deu uma verdadeira oportunidade às conversações sobre o programa nuclear iraniano, que avança rapidamente.
"Os iranianos podem seguir o caminho da paz ou podem seguir o caminho desta ridícula atitude de financiar o terrorismo, de tentar construir uma arma nuclear e isso não é algo que os Estados Unidos possam aceitar", disse Vance na entrevista, reiterando que os EUA não estão em guerra com o Irão e não têm interesse num conflito prolongado.
Vance diz sentir-se “muito confiante" de que os Estados Unidos atrasaram "substancialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear” pelo Irão e que serão necessários “muitos, muitos anos” para que o Irão pudesse desenvolver uma arma nuclear.
Apesar de ter deixado estas garantias, Vance recusou confirmar se as três instalações nucleares atacadas pelos EUA ficaram totalmente destruídas. "O que fizemos foi destruir o programa nuclear iraniano“.
Após questões mais diretas sobre as afirmações de Donald Trump, no sábado à noite, de que as três instalações bombardeadas foram “totalmente destruídas”, o vice-presidente dos EUA não respondeu diretamente.
“Não vou entrar em informações confidenciais sobre o que vimos no terreno no Irão, mas vimos muito, e estou muito confiante de que atrasamos substancialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear”, continuou. “E esse foi o objetivo deste ataque”, rematou também.

O Chefe de Estado Maior dos EUA, general Dan Caine, esteve ao lado do secretário de Estado da Defesa dos EUA na conferência de imprensa no Pentágono e revelou que o ataque às instalações nucleares no Irão teve como nome de código "Midnight Hammer".
Caine explicou que, embora a avaliação dos danos finais da batalha vá demorar algum tempo, a avaliação inicial indica que os três locais sofreram “danos e destruição graves”. Apesar disso, quando questionado pelo jornalistas sobre o impacto do ataque, o chefe de Estado Maior dos EUA disse apenas que é muito cedo para dizer se o Irão mantém capacidade nuclear.
O general adiantou também que se tratou de uma "missão altamente secreta com muito poucas pessoas em Washington a saberem os pormenores do plano”, tendo explicado que os bombardeiros B-2 se descolaram a partir dos Estados Unidos.
Segundo o militar, a operação envolveu ainda a utilização de 75 munições guiadas de precisão, incluindo bombas antibúnker GBU-57.

O secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, afirmou este domingo que, após o bombardeamento americano das instalações nucleares iranianas, “as ambições nucleares do Irão foram pulverizadas”.
“Muitos presidentes sonharam em dar o golpe final no programa nuclear iraniano, e nenhum deles conseguiu até à chegada de Trump”, acrescentou o chefe do Pentágono numa conferência de imprensa em Wasington.
Hegsteh, que teve a seu lado o chefe do Estado-Maior, Dan Caine, adiantou num tom provocatório que “os aviões B2 foram, chegaram a essas instalações [nucleares de Natanz, Isfahan, Fordo] e foram-se embora, e o mundo não soube de nada”.
Insistiu também que o Irão tem agora dar ouvidos aos apelos do Presidente dos EUA, Donald Trump, que já afirmou que se Teerão não aceitar a paz haverá golpes ainda mais dolorosos. “Ele está a falar a sério”, sublinhou Hegseth.
Logo no início da conferência de imprensa, o secretário de Defesa dos EUA começou por elogiar o Presidente, o seu chefe, chamando à “operação” de Trump ousada e “brilhante”. Afirmou também que o ataque levou meses a ser preparado.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou-se hoje preocupado com o risco de "grave escalada" no Médio Oriente e apelou para a "máxima contenção de todas as partes" e ao regresso às negociações com o objetivo de encontrar uma "solução diplomática".
Numa publicação na rede social 'X', antigo Twitter, o chefe do executivo português considerou que "o programa nuclear do Irão é uma séria ameaça à segurança mundial, pelo que não pode prosseguir".
"Muito preocupado com o risco de grave escalada no Médio Oriente, apelo à máxima contenção de todas as partes e ao regresso às negociações com vista a encontrar uma solução diplomática", lê-se na publicação, feita em português e inglês.
O presidente francês, Emmanuel Macron, tem mantido contactos com líderes dos países do Médio Oriente e vai realizar um Conselho de Defesa e Segurança Nacional dedicado à situação naquela região do globo, este domingo, às 19h30, de acordo o jornal Les Echos, que cita informação do Palácio do Eliseu.
O chefe de Estado francês, que se encontrou no domingo com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita e com o sultão de Omã, “tenciona prosseguir os seus contactos com os seus parceiros europeus e com os líderes da região nas próximas horas”, na sequência dos ataques norte-americanos às instalações nucleares do Irão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, deu uma conferência de imprensa em Istambul, na Turquia, onde afirmou que o Irão “reserva todas as opções para defender os seus interesses de segurança e o seu povo”. Quando questionado se a porta da diplomacia ainda está aberta, disse que “não é esse o caso neste momento”.
Araghchi frisou que "tem estado sob ataque, sob agressão", primeiro através de Israel e agora pela mão dos Estados Unidos. "Temos de responder com base no nosso direito legítimo de autodefesa”, afirmou na conferência de imprensa.
O MNE iraniano adiantou ainda que o presidente Trump “traiu o Irão”, com o qual estava envolvido em negociações nucleares, e “enganou os seus próprios eleitores”, depois de ter feito campanha com a promessa de acabar com as guerras eternas americanas.
Quando questionado sobre se o Irão tenciona retaliar contra as bases militares americanas no Médio Oriente ou fechar o Estreito de Ormuz, Araghchi recusou-se a entrar em pormenores.
"Há uma variedade de opções à nossa disposição. E é só isso", limitou-se a responder o MNE iraniano.
Araghchi disse também que iria em breve para Moscovo e que planeia encontrar-se com o Presidente Vladimir V. Putin da Rússia esta segunda-feira. “A Rússia é um amigo do Irão, temos uma parceria estratégica e consultamo-nos sempre e coordenamos as nossas posições”, afirmou.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 países da UE vão reunir-se esta segunda-feira em Bruxelas para avaliar a tensão no Médio Oriente, após o ataque dos EUA a instalações militares iranianas.
A informação foi avançada na rede social X pela Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas.
Numa mensagem na rede social X, Kallas escreveu que exorta "todas as partes a recuarem, a regressarem à mesa das negociações e a evitarem uma nova escalada" da violência na região.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também já reagiu ao ataque dos Estados Unidos sobre o Irão, frisando numa mensagem na rede social X que "a mesa de negociações é o único lugar para pôr fim a esta crise" e sublinhando que "com as tensões no Médio Oriente a atingirem um novo pico, a estabilidade deve ser a prioridade".
Pelo meio, Ursula von der Leyen deixou críticas aos EUA, adiantando que "o respeito pelo direito internacional é fundamental".
"Chegou o momento de o Irão se empenhar numa solução diplomática credível", destacou ainda.
O presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, mostrou-se este domingo "profundamente alarmado" com as notícias que chegam do Médio Oriente, nomeadamente o ataque dos EUA a instalações nucleares no Irão.
Numa mensagem na rede social X, Costa apelou "a todas as partes para que mostrem contenção e respeitem o direito internacional e a segurança nuclear".
"A diplomacia continua a ser a única forma de trazer paz e segurança à região do Médio Oriente. Demasiados civis serão mais uma vez
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse hoje que os Estados Unidos lançaram uma “guerra perigosa” contra o Irão, depois dos ataques norte-americanos a três instalações nucleares do país.
“Agora, ao completar a cadeia de violações e crimes cometidos pelo regime sionista, os Estados Unidos lançaram uma guerra perigosa contra o Irão”, afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.
Os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas demonstram que os Estados Unidos não se deterão perante "nada" para apoiar Israel na sua guerra contra o Irão, adiantou.
"É agora muito claro para todos que o regime que goza de estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança não respeita qualquer princípio ou moralidade e não se coíbe de qualquer ilegalidade ou crime para servir os objetivos de um regime de ocupação genocida", afirmou o ministério, referindo-se aos Estados Unidos e depois a Israel.
Os líderes mundiais já começaram a reagir aos ataques dos EUA contra o Irão. Enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, se congratulou com o que chamou de “momento histórico”, o seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, elogiou a demonstração de força, ao passo que o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu contra uma perigosa escalada do conflito e apelou à via diplomática.
Mas já houve mais reações. O ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Yvan Gil, condenou os ataques numa mensagem no Telegram: "A Venezuela condena a agressão militar dos EUA contra o Irão e exige a cessação imediata das hostilidades”.
Por seu lado, o Presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, também condenou os ataques. “Condenamos veementemente o bombardeamento americano das instalações nucleares iranianas, que constitui uma perigosa escalada do conflito no Médio Oriente. Esta agressão viola gravemente a Carta das Nações Unidas e o direito internacional e mergulha a humanidade numa crise com consequências irreversíveis”, escreveu na rede social X.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros do México apelou a um diálogo diplomático. “O ministério apela urgentemente ao diálogo diplomático para a paz entre as partes envolvidas no conflito do Médio Oriente. Em conformidade com os nossos princípios constitucionais de política externa e com a convicção pacifista do nosso país, reiteramos o nosso apelo ao desanuviamento das tensões na região. O restabelecimento da coexistência pacífica entre os Estados da região é a prioridade máxima”, sublinhou no X.
No Iraque, Basim Alawadi, porta-voz do Governo, declarou que os ataques dos EUA ameaçam a estabilidade no Médio Oriente, constituindo “uma grande ameaça à paz e segurança regional”.
“A pergunta-chave está no que virá a seguir. O Irão vai atacar os interesses norte-americanos diretamente ou através de milícias aliadas? As exportações de crude iraniano serão suspensas? O Irão irá atacar o transporte marítimo do Estreito de Ormuz?”, questionou-se James Bambino, analista petrolífero da S&P Global Commodity Insights, numa nota publicada na noite de sábado e citada pela Market Watch.
A possibilidade de o Irão fechar o Estreito de Ormuz, por onde passam embarcações que transportam cerca de 20 milhões de barris por dia de crude e produtos petrolíferos, bem como 20% da oferta mundial de gás natural liquefeito, é uma questão essencial para os operadores de crude e para os investidores de todo o mundo.
No seu discurso à nação, feito na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa), Donald Trump declarou que os ataques dos Estados Unidos tinham “obliterado por completo” as três instalações nucleares atingidas — Fordow, Natanz e Esfahan.
Contudo, um alto responsável iraniano afirmou entretanto que os ataques foram “superficiais” e que não houve danos sérios em Fordow.
O ataque dos EUA a instalações nucleares iranianas deverá levar a uma reação em massa nos mercados mundiais quando estes reabrirem na segunda-feira. Em declarações à Reuters, vários investidores disseram que os preços do petróleo deverão subir ainda mais e as bolsas poderão assistir a um sell-off, levando assim a uma maior procura pela segurança do dólar e de outros ativos de refúgio, como as obrigações soberanas.
Uma escalada do conflito poderá ter implicações mistas para a nota verde, que tem estado a cair este ano devido aos receios de que o chamado “excepcionalismo americano” esteja a diminuir. Mas, no caso de um maior envolvimento dos Estados Unidos na guerra Irão-Israel, o dólar pode beneficiar inicialmente da procura por segurança.
Israel lançou novos ataques aéreos contra a região ocidental do Irão, já depois da ofensiva dos EUA às instalações nucleares iranianas e depois de Teerão ter voltado a lançar mísseis sobre Tel-Aviv – que foram intercetados.
As Forças de Defesa de Israel declararam em comunicado que a Força Aérea israelita “iniciou uma série de ataques contra alvos militares no oeste do Irão”.
O Irão solicitou, através de uma carta, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, instando o organismo a condenar os ataques dos EUA às suas instalações nucleares.
Na carta, o embaixador do Irão na ONU, Amir Saeid Iravani, afirma que a ofensiva norte-americana constituiu uma “grave ameaça contra a paz e segurança regional e internacional”.
Entretanto, a Agência Internacional da Energia Atómica, pertencente à ONU, já veio dizer que não há sinais de aumento dos níveis de radiação nas instalações nucleares iranianas atingidas pelos EUA.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, já reagiu aos ataques dos Estados Unidos, tendo advertido que estes terão “consequências permanentes”.
“Os acontecimentos desta manhã [era já domingo de manhã no Irão quando a ofensiva aconteceu] são ultrajantes e terão consequências permanentes”, escreveu o ministro numa publicação na rede social X, acrescentando que o Irão se reserva “todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e a sua população”.
Abbas Araghchi prosseguiu: “Os Estados Unidos, um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, cometeram uma grave violação da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares ao atacarem as instalações nucleares pacíficas do Irão”.
Teerão tem sustentado que o seu programa nuclear se destina apenas a propósitos energéticos pacíficos. No entanto, a ONU diz que nenhum país tem o tipo de urânio que o Irão atualmente possui sem ter também um programa de armamento nuclear, o que intensificou as suspeitas de que o Irão não está a ser totalmente transparente quanto às suas intenções.
Recorde-se que o Irão afirmou várias vezes que se os EUA se juntassem a esta guerra e atacassem as suas instalações nucleares, Teerão retaliaria contra as forças norte-americanas na região – e há que não esquecer que os Estados Unidos têm bases no Qatar, nos Emirados Árabes Unidos, na Arábia Saudita e no Bahrein – onde conta também com uma frota naval.
Após os ataques dos EUA contra três instalações nucleares iranianas, Teerão voltou a lançar mísseis sobre Israel, anunciaram as Forças de Defesa Israelitas (IDF) num comunicado, acrescentando que os seus sistemas defensivos estão a operar no sentido de intercetar a ameaça e que a população foi instada a procurar abrigo em espaços protegidos.
O discurso de Trump, que durou três minutos e meio, terminou com um aviso claro: “Ou haverá paz, ou será uma tragédia para o Irão – numa dimensão maior do que a dos últimos oito dias. Lembrem-se que há ainda muitos alvos [para atacar]”.
O Presidente norte-americano anunciou ainda que haverá este domingo uma reunião de altas patentes no Pentágono para discutir a operação dos EUA. “Amanhã [domingo], o general Caine [chefe do Estado-Maior do Exército] e o secretário da Defesa Peter Hegseth farão uma conferência de imprensa às 8:00 [13:00 em Lisboa] no Pentágono”, afirmou.

Eram 22:00 em Washington (03:00 da manhã de domingo) quando Donald Trump falou ao país sobre o ataque dos EUA contra três importantes instalações nucleares iranianas – Fordow, Natanz (a maior estrutura de enriquecimento de urânio) e Esfahan.
Num discurso à nação, feito a partir da Casa Branca, Trump afirmou que os ataques às centrais nucleares foram um “espetacular sucesso militar”. O Presidente norte-americano voltou a instar Teerão a “fazer as pazes” com Israel e os EUA e que, se isso não acontecer, terá de enfrentar novos ataques “muito maiores”.
Os Estados Unidos atacaram três importantes instalações nucleares iranianas neste sábado, 21 de junho. Depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito em inícios desta semana que poderia entrar na ofensiva contra Teerão – iniciada por Israel, com ataques aéreos, na madrugada de 13 de junho – e de ter afirmado na quinta-feira que no prazo duas semanas apresentaria a sua decisão, para logo sublinhar no seguinte que até poderia avançar antes disso, decidiu agora que era altura de agir.
Os ataques dos EUA foram cirúrgicos, tendo tido como alvo as instalações nucleares. Já Israel, além de querer travar qualquer poderio nuclear do Irão, tem tido também uma motivação política, ao querer mudar o regime de Teerão – tendo já eliminado altas patentes iranianas nos seus ataques. Com efeito, o Governo israelita afirma que esta ofensiva é preventiva, visando combater uma ameaça imediata da parte do Irão de fabricar uma bomba nuclear.
Na quarta-feira, 18 de junho, Trump disse que a paciência dos Estados Unidos estava a esgotar-se e queria que o Irão se rendesse de forma incondicional, mas isso era algo que Teerão descartava.
Embora Trump tenha dito não ter qualquer intenção de matar, por agora, o líder iraniano, o aiatola Ali Khamenei, os seus comentários sugeriam que os EUA poderiam adotar uma posição mais dura para com o Irão. E foi o que aconteceu.
Uma fonte próxima das conversações disse à Reuters, ainda a 18 de junho, que uma das opções que Trump e a sua equipa estavam a considerar era juntarem-se a Israel nos ataques às instalações nucleares do Irão.
Um envolvimento direto dos EUA ameaça alargar o conflito, colocando as infraestruturas energéticas da região sob maior risco de serem atingidas. Esse risco e a ameaça do Irão de fechar o Estreito de Ormuz têm feito os preços do petróleo dispararem na última semana e meia.
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