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PCP exige que poder político crie condições para regresso à “normalidade”

O líder do PCP exige a assunção de responsabilidades políticas e pede que o poder político não se esconda detrás dos critérios científicos para justificar aquilo que são decisões eminentemente políticas.

Jerónimo de Sousa
Jerónimo de Sousa Lusa
10 de Março de 2021 às 15:59

Jerónimo de Sousa rejeita um "desconfinamento total e coração ao alto", mas exige que o poder político assuma responsabilidades e crie condições para que o país possa regressar à normalidade, ainda que em pandemia. Líder comunista confirma voto contra do PCP à renovação do estado de emergência que é votada esta quinta-feira.

O secretário-geral comunista quer que o poder político, leia-se o Governo, assuma as suas responsabilidade e crie condições, o que exige necessariamente disponibilidade orçamental, para que o país possa recuperar alguma da normalidade sem que tal implique qualquer descontrole da crise pandémica.

Depois de conversar com o Presidente da República, Jerónimo de Sousa salientou negativamente as situações que levam os portugueses a desacreditarem das medidas restritivas em vigor, bem como dos seus "efeitos e benefícios". "Não compreendem o sentido e alcance de muitas dessas medidas", atirou notando que isso deve ser motivo de apreensão para o Executivo e Marcelo Rebelo de Sousa.

No fundo, o líder do PCP exige a assunção de responsabilidades políticas e pede que o poder político não se esconda detrás dos critérios científicos para justificar aquilo que são decisões eminentemente políticas.

"Os cientistas, todos aqueles que têm tratado da questão da epidemia, fazem o enfoque naquilo que sabem (…) Mais do que discutir critérios de encerramento, o que importa é criar as condições para que as coisas funcionem", argumentou acrescentando que a "linha fundamental" de atuação deve centrar-se na busca de soluções e não do "encerramento".

Por outras palavras, Jerónimo considera que o poder político não pode limitar-se a acompanhar as sugestões dadas no plano científico, pelo que o poder político tem a responsabilidade de avançar com propostas concretas tendo em conta o parecer dos especialistas.

Apontando críticas às contradições de algumas das medidas em vigor, como o exemplo do "livreiro que não pode ter a sua livraria aberta" e que depois vê pessoas amontoadas nos supermercados, onde é possível comprar livros, o também deputado comunista insiste ser preciso "criar condições para o funcionamento [da economia e de forma a que] todas as medidas sanitárias em vigor possam ser aplicadas".

A situação do pequeno comércio, designadamente de barbeiros e cabeleireiros, é também motivo de preocupação para Jerónimo de Sousa, assim como o regresso às aulas presenciais. O PCP não é a favor da "abertura pela abertura", mas considera que é possível regressar com segurança às aulas se forem adotadas as "medidas consequentes para que funcione bem" e isso, sublinha, exige os necessários recursos orçamentais.

Em resumo, Jerónimo nota que os comunistas não defendem um "desconfinamento total e coração ao alto", porém reitera a importância da adoção de medidas que permitam que as "coisas voltem, de certa forma, à normalidade".

O secretário-geral comunista confirmou ainda que amanhã, uma vez mais, o PCP votará contra o prolongamento do estado de emergência, situação de excecionalidade que tem merecido a oposição dos comunistas ao longo dos últimos largos meses.

Jerónimo não esclareceu porém qual o entendimento do PCP sobre o diploma que o Governo está a preparar, segundo revelou esta manhã André Ventura, presidente reeleito do Chega, com vista à possibilidade de serem tomadas medidas restritivas sem o recurso ao estado de emergência. Limitou-se a reiterar que para o PCP "são precisas outras medidas de fundo para além do estado de emergência".

(Notícia atualizada)

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