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Vacas, soja e algodão: o GES está à venda no Paraguai

A ES Property tem a venda suspensa. A Comporta pode ter um novo dono em breve. A companhia brasileira de agropecuária tem a alienação em curso. Agora, é a Payco que se prepara para sair da esfera da insolvente Rioforte.

Reuters
20 de Setembro de 2016 às 13:55

Há vacas espalhadas por seis estâncias próprias. Há mais vacas dispersas por quatro propriedades de terceiros. Ao todo, são 16.000 vacas as que estão sob a alçada da Paraguay Agricultural Corporation, que pertence à insolvente Rioforte, do antigo Grupo Espírito Santo. É esta empresa paraguaia, que também tem touros dos quais é extraído sémen para inseminação artificial, que vai ser colocada à venda.   

"O processo de venda da participação maioritária na sociedade Paraguay Agricultural Corporation está a ser preparado. Prevê-se o lançamento do processo no próximo mês". A informação consta do relatório dos curadores de insolvências da Rioforte, da Espírito Santo International e Espírito Santo Control, publicado a 15 de Setembro.

Junte-se 135 mil campos de futebol. Multiplique-se por 111 os arrozais da Herdade da Comporta. Obtém-se 135 mil hectares. É esta a dimensão da Payco, o nome pelo qual a companhia é conhecida, e que está dispersa por 11 regiões do Paraguai, segundo o site oficial.

Pecuária, agricultura e floresta são as actividades levadas a cabo pela Payco. Na agricultura, o cultivo de soja representa 85% da área agrícola para a componente de grãos. Há espaço para trigo e milho. O algodão também marca presença: o site oficial do grupo indica que na campanha 2015/2016 foi reactivada esta produção, que tinha sido interrompida por dois anos. "A comercialização de grãos de soja, arroz, algodão, trigo e milho constitui uma percentagem importante das receitas", assinala o grupo paraguaio que se prepara para perder a Rioforte como sua principal accionista.

Desde os anos 70 que o Grupo Espírito Santo estava no Paraguai, conta a imprensa regional (Ultima Hora e 5 Dias). Aliás, até ao arranque de 2013, sempre foi o accionista único dos projectos oriundos da sua incursão por este mercado sul-americano. Foi nesse ano que o grupo liderado por Ricardo Salgado (na área financeira) e por Manuel Fernando Espírito Santo (no ramo não financeiro) se uniu à subsidiária do banco alemão KfW, a DEG, que investiu 25 milhões de euros, e que assumiu uma posição minoritária.

O lançamento do processo de venda da unidade do Paraguai, a ocorrer "no próximo mês", segue-se ao anúncio feito, em Abril, relativamente à Companhia Brasileira de Agropecuária, com 20 mil hectares, que também pertencia à Rioforte. "O processo de venda está em curso", indica o relatório sobre a empresa onde a soja é um elemento central da produção. 

O regresso da Herdade da Comporta e os fundos imobiliários a ela associados ao mercado, depois de ter sido travado pelos arrestos da justiça portuguesa, também já está anunciado desde Junho. A venda da empresa, conhecida pelos arrozais, "será realizada em breve", admitem os curadores da insolvência da Rioforte.

Pelo contrário, a Espírito Santo Property, empresa do ramo imobiliário, continua sem ser libertada pelos tribunais portugueses, estando a alienação suspensa. 

A venda dos activos da Rioforte é uma forma de obtenção de receitas pelos curadores de insolvência daquela sociedade do GES, de forma a conseguir entrar algum valor aos seus credores (de que a Pharol e o BES "mau" são exemplos). 

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