Líder da JM: "Nunca pensei que fosse possível atingir 30 mil milhões" em vendas
O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou, esta quinta-feira, que o "número fantástico" das vendas alcançado em 2023 "prova bem a dimensão do grupo nos mercados onde opera".
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"Nunca pensei que fosse possível atingir os 30 mil milhões de euros. É um número realmente fantástico", realçou Pedro Soares dos Santos, na conferência de imprensa de apresentação de resultados da Jerónimo Martins, chamando a atenção para o também "muito bom" desempenho do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e a "importância" de manter "taxas de crescimento constantes", sem "picos".
Esse "marco", complementou a administradora financeira do grupo, Ana Luísa Virgínia, traz "muita responsabilidade" no sentido em que vai implicar "crescer em cima de crescimento".
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A Jerónimo Martins fechou o ano passado com lucros de 756 milhões de euros, o que representa um aumento de 28,2% face a 2022, depois de ter alcançado vendas recorde de 30,6 mil milhões de euros nos três mercados onde opera: Polónia, Portugal e Colômbia.
O resultado foi atribuído ao "forte desempenho conseguido ao nível das vendas em valor e em volume", já que, segundo o grupo, reforçou as suas posições de mercado e protegeu a rentabilidade, levando o EBITDA consolidado a crescer 17%. Já a respetiva margem fixou-se nos 7,1% (contra 7,3% em 2022), "refletindo o impacto do investimento em preço e a inflação registada ao nível dos custos".
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Os resultados ainda assim, assinalou a CFO, "não cresceram tanto quanto as vendas, o que tem a ver com a inflação de custos, normalmente relacionada com as rendas, e com o investimento do grupo nas suas pessoas, incluindo aumentos a nível salarial".
Mil milhões em impostos e outros tanto em investimento
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Além disso, "o grupo investiu muito mais e pagou muito mais impostos do que os resultados líquidos" que obteve em 2023, portanto, na prática, isso "significa que sem gerar este tipo de resultados não se pode continuar a manter investimento e gerar riqueza e é isso que grupo se propõe a fazer mesmo em anos desafiantes como esperamos em 2024", enfatizou ainda Ana Luísa Virgínia.
Em números: e, 2023, a Jerónimo Martins pagou em impostos 1.015 milhões de euros (849 milhões na Polónia, 141 milhões em Portugal e 25 milhões na Colômbia); investiu 1.210 milhões de euros (575 milhões na Polónia, 377 milhões em Portugal, essencialmente no Pingo Doce, com a remodelação das lojas em face da "grande aposta" na restauração, e 258 milhões na Colômbia). "Continuamos a ser um enorme investidor, talvez o maior investidor português nesta área".
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E, por fim, no ano passado, criou 3.285 empregos nas três geografias onde opera, passando a somar 134.379 colaboradores. É, aliás, como realçou Pedro Soares dos Santos, o "maior empregador na Polónia, com 84.853 trabalhadores e está no top 10 na Colômbia. Em 2023, segundo os dados facultados pelo grupo, foram gastos 312 milhoes em prémios e outras medidas de reconhecimento (+8%) e 42,2 milhões em medidas de responsabilidade social interna e bem-estar.
"Continuamos a investir porque sem pessoas não tinhamos futuro", comentou o CEO do grupo, o 19.º maior retalhista alimentar da Europa, segundo a Deloitte, apontando que "os impactos que criamos nas sociedades onde estamos é o mais importante".
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"Crescemos de forma rentável e sustentável. Se estas duas fórmulas não se juntarem não temos negócio, faz parte do nosso ADN", reforçou, indicando que o grupo está incluído em mais de 130 índices internacionais de sustentabilidade e lembrando que, pelo quarto ano consecutivo, a Jerónimo Martins obteve a melhor classificação a nível mundial pelo CDP no combate às alterações climáticas, na gestão da água enquanto recurso crítico e na e gestão das "commodities" mais associadas ao risco de desflorestação (óleo de palma, madeira, gado bovino e soja). "É porque temos feito alguma coisa que as pessoas sentem que tem sido transformador", assinalou.
2024 antecipa-se "complicado" na perspetiva da Jerónimo Martins, como advertiu, de resto, o grupo na apresentação dos resultados ao mercado. "Ao iniciar 2024, o grupo enfrenta um período no qual se conjuga, numa intensidade sem precedentes, uma rápida redução dos preços de venda com uma elevada inflação de custos, o que irá continuar a pressionar as nossas margens", lê-se no documento que aponta que a "deflação alimentar", que a Jerónimo Martins antecipa para o primeiro semestre, será o seu "maior desafio", pois "tenderá a levar à priorização do crescimento dos volumes por parte de todos os retalhistas e, consequentemente, a uma crescente intensidade concorrencial nos mercados" em que opera.
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