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Novo escândalo de emissões ameaça Suzuki e Fiat-Chrysler

Em causa estão os modelos Suzuki Grand Vitara e Jeep Grand Cherokee que poderão estar a emitir "níveis inaceitavelmente elevados" de gases tóxicos não detectáveis nos medidores durante os ensaios. Ministério público da Holanda abriu inquérito.

Jeep Grand Cherokee
Jeep Grand Cherokee Bloomberg
Negócios 10 de Julho de 2017 às 17:30

O Ministério Público holandês abriu nesta segunda-feira, 10 de Julho, uma investigação formal para apurar suspeitas de manipulação do software de medição das emissões poluentes em dois veículos automóveis. As marcas visadas são a japonesa Suzuki e o consórcio italo-americano FCA, que junta a Fiat e a Chrysler, noticia a Reuters. Em causa estão os modelos Suzuki Grand Vitara e Jeep Grand Cherokee (na foto) que poderão estar a emitir "níveis inaceitavelmente elevados" de gases tóxicos não detectáveis nos medidores durante os ensaios oficiais, segundo as conclusões da autoridade rodoviária holandesa, que apertou a malha do controlo no rescaldo do escândalo que persegue a Volkswagen desde 2015.

A investigação está centrada na emissão de óxido de nitrogénio em carros a diesel. Ambas as construtoras alegam que as discrepâncias entre as medições feitas em condições de teste e as reais se devem a software destinado a proteger o motor de danos quando submetido a contextos extremos. Esse tipo de software é permitido pela lei europeia. Caberá agora ao Ministério Público averiguar se este argumento corresponde à verdade.

Já no início deste ano, a Agência de Protecção Ambiental norte-americana dirigira um aviso à Fiat Chrysler por alegado incumprimento do "Clean Air Act", lei que regula a poluição atmosférica nos Estados Unidos. A empresa terá instalado, sem divulgar, software manipulador das emissões poluentes entre 2014 e 2015 nos modelos Jeep Grand Cherokees e carrinhas Ram 1500 com motores diesel de três litros.

Depois de as acções da construtora terem caído mais de 16%, o CEO Sergio Marchionne veio a público classificar como um "absurdo disparate" a comparação deste caso ao escândalo de emissões da Volkswagen.

O gestor garantiu, então, que não houve intenção deliberada de manipular emissões e que não era clara a obrigatoriedade em identificar e comunicar à Agência de Protecção Ambiental (EPA) a instalação de "software" desta natureza.

A Bloomberg avançava que o caso da Fiat Chrysler poderia ser resolvido com uma simples actualização da tecnologia instalada. Contudo, a fabricante automóvel não se livraria de coimas que podem rondar os quatro mil milhões de euros.

No caso da Volkswagen, as primeira denúncias remontam a 2015 e foram feitas nos Estados Unidos onde estarão apenas meio milhão dos 11 milhões de carros afectados em todo o mundo pelo esquema de manipulação das emissões da marca alemã. O escândalo já custou à empresa 22,6 mil milhões de euros em coimas e outras despesas, mas a factura final poderá não ficar por aqui.

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