O bê-á-bá da recapitalização da Caixa
Por que vai a Caixa ser recapitalizada?
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Em 2013, a Comissão Europeia autorizou uma concessão de uma ajuda à Caixa para que o banco se reestruturasse, que envolvia 1.650 milhões de euros. Esse plano terminava em finais de 2017. No entanto, três meses depois de tomar posse (em Fevereiro de 2016), o novo Governo assumiu ter intenção de recapitalizar o banco. O Executivo considerou que a administração do banco não foi capaz de se adaptar às condições de mercado e às baixas taxas de juro na Europa.
O que fez então o Governo?
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O Executivo mudou a administração da Caixa, ainda em 2016, e negociou em Bruxelas um plano de recapitalização que cumprisse as regras de mercado. António Domingues entrou na Caixa a 31 de Agosto, poucos dias depois de o Ministério das Finanças ter conseguido um acordo de princípio com a Comissão Europeia.
O que dizia esse acordo?
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Que o plano de recapitalização atingia cerca de 5.100 milhões de euros divididos em várias parcelas. O esforço do Estado não poderia superar 2.700 milhões de euros e estava prevista uma emissão de dívida no valor de 1.000 milhões.
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Estes são os valores finais?
Não. Estas eram estimativas tendo em conta os números do banco conhecidos na altura e as perspectivas para o futuro. Só o fecho de contas de 2016, já da responsabilidade do novo presidente Paulo Macedo, permitiu finalizar os valores.
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Agora com as contas de 2016 como fica o plano?
O banco público fechou o ano de 2016 com os maiores prejuízos de sempre, 1.859 milhões de euros. Este valor era inferior ao que estava no plano inicial o que permitiu baixar o esforço público de capitalização em 200 milhões para 2.500 milhões de euros.
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Estes prejuízos põem em causa o plano?
Não. O plano já previa que haveria prejuízos recorde. A Caixa aproveita esta oportunidade para limpar o balanço e, por isso, registou imparidades num valor acima de 3.000 milhões de euros.
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O que a Caixa terá de fazer em troca?
Esta é a parte difícil da equação. Para receber o dinheiro e para voltar a dar lucro, a Caixa terá de se reestruturar. O plano prevê a saída de 2.200 trabalhadores até 2020, o encerramento de 181 balcões e uma política rigorosa de atribuição de créditos que impeça no futuro um montante tão alto de imparidades. "A Caixa só terá resultados positivos quando toda a reestruturação for materializada", avisou Macedo.
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