“Estou totalmente comprometido até 2024.” A frase de António Ramalho foi dita no passado dia 9 de março, quando na apresentação dos resultados de 2021 do Novo Banco (NB) foi desafiado pelo Negócios a dizer se ponderaria sair caso chegasse à conclusão que a sua presença se tinha tornado prejudicial à instituição. Duas semanas depois, a garantia desapareceu, e está escrito o capítulo final da passagem do gestor pela presidência do banco, depois de ter sido alvo de duas investigações sobre a sua conduta, uma do próprio NB, que não detetou falhas, e outra do Banco Central Europeu que, nas palavras do próprio CEO, não lhe retirou a idoneidade. As análises terão sido motivadas pela alegada relação do CEO com Luís Filipe Vieira, tornada pública através de escutas divulgadas pela revista Sábado, que mostravam a intenção de Ramalho “preparar” o ex-presidente do Benfica, um dos maiores devedores, para a audição na comissão de inquérito ao banco.