Horta Osório reforça poder dentro do Credit Suisse
O gestor português, desde abril no cargo de "chairman" do Credit Suisse, está a ter mais poderes face ao que era previsto, escreve o FT.
O novo presidente do Credit Suisse, o português António Horta Osório, está a alargar o seu poder dentro do banco suíço para lá do que era previsto, de acordo com fontes internas citadas pelo Financial Times, o que está a ser visto como uma ameaça ao atual CEO do banco, Thomas Gottstein.
Habituado a situações de crise, o antigo líder do britânico Lloyds Banking Group, o maior banco de retalho em Inglaterra, assumiu o cargo em abril deste ano no Credit Suisse, logo após o escândalo do colapso do "family office" [entidade de gestão e investimento do património de famílias com elevadas fortunas] Archegos Capital e da Greensill que provocaram um rombo nas contas da instituição financeira e na confiança de acionistas em torno desta entidade.
Nos primeiros meses no comando, o banqueiro luso-britânico carimbou a sua autoridade no Credit Suisse colocando aliados próximos no conselho e na equipa executiva, escreve o mesmo jornal.
Quando assumiu o cargo disse à Bloomberg que "temos continuamente de tentar enfrentar novos desafios", acrescentando que "caso contrário começamos a decair". Horta Osório, que substituiu Urs Rohner no cargo, "é exatamente o que o Credit Suisse precisa", disse também na altura David Herro, da Harris Associates, à agência, notando que é alguém que "cumpre sempre as suas promessas".
Deixou, ainda assim, a ideia de que poderá rever a estratégia do banco até ao final do ano. Esta, porém, não é a única prioridade: é essencial que a instituição recupere no curto prazo da crise que está a viver e que se posicione a longo prazo. "Temos de concordar na forma como podemos servir melhor estes clientes e como podemos ser mais competitivos - no que é que isso significa para o banco como um todo", destacou.
Mais lidas