Lucro do Novo Banco cai 1,9% para 177 milhões
Redução da margem financeira foi parcialmente compensada pelo aumento do volume. Comissões cresceram mas não cobriram a queda da diferença entre juros pagos e cobrados.
O Novo Banco registou um lucro de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. O valor representa uma queda de 1,9% face ao período homólogo. O resultado foi comunicado pela instituição financeira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Na comparação com o último trimestre de 2024, o lucro aumentou 43 milhões de euros devido a um efeito de base: esse trimestre foi afetado por um custo de 62,7 milhões de euros com o fim antecipado do Acordo de Capital Contingente, um reforço de provisões de 27,3 milhões para o processo de transformação do banco e uma outra provisão de 18 milhões de euros relativa à tributação dos imóveis introduzida pela Lei do Orçamento de Estado de 2021.
A margem financeira caiu 6,7% face ao período homólogo para 279,1 milhões. A taxa da margem financeira foi 2,77% (ligeiramente abaixo dos 2,79% de março de 2024).
As comissões renderam mais 12,3% mas a subida de 9,3 milhões de euros não foi suficiente para compensar a descida de 19,9 milhões na margem.
O volume de crédito aumentou aproximadamente mil milhões de euros, para quase 29 mil milhões.
A carteira de crédito à habitação subiu ligeiramente de 9,96 para 10,15 mil milhões de euros.
Os depósitos do Novo Banco no Banco Central Europeu (BCE) mantiveram-se estáveis face ao final do ano, totalizando 1,3 mil milhões de euros. A liquidez depositada pelas instituições financeiras junto do banco central beneficia da taxa de facilidade de depósitos, que está atualmente em 2,25%.
No lado dos passivos, os depósitos de clientes mantiveram-se quase inalterados, atingindo 30,1 mil milhões de euros.
O rácio de transformação do Novo Banco está em 82,2%, abaixo dos 82,9% calculados em dezembro de 2024.
Os custos de operação ascenderam a 125,2 milhões de euros, num crescimento de 0,4% face à média de 2024. Os gastos com pessoal foram de 68,4 milhões, 1,2% acima do ano passado. Os gastos gerais administrativos também cresceram (0,5%) para 43,9 milhões de euros, "denotando os investimentos realizados no âmbito do processo de transformação".
A redução de capital de 1,1 mil milhões de euros comunicado na segunda-feira foi "implementada com sucesso, assinalando o primeiro passo do plano para distribuição superior a 3,3 mil milhões aos acionistas num horizonte de três anos". A este valor acrescem dividendos já aprovados de mais de 200 milhões relativos a 2024.
No capítulo da rentabilidade, o banco registou um rácio de "Return on Tangible Equity" (RoTE) de 21,7% e um rácio "Common Equity Tier 1" de 16%, "suportado por uma forte geração de capital". O "Tangible Book Value" ascendeu a 3,77 mil milhões de euros já tendo em conta a redução de capital.
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