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Miguel Frasquilho tinha um "ring-fencing": separar a actividade de deputado da de director no BES

O presidente da AICEP trabalhou durante quase duas décadas no BES e diz que sempre separou isso das funções de deputado. E afastava-se dos temas da banca no Parlamento.

miguel frasquilho
miguel frasquilho Bruno Simão/Negócios
12 de Março de 2015 às 17:21

Tal como o Banco de Portugal fez um "ring-fencing" entre o Banco Espírito Santo e o Grupo Espírito Santo, Miguel Frasquilho também defende ter feito um entre as suas funções enquanto director-coordenador de um dos departamentos do BES e as suas funções de deputado.

"Separei sempre a actividade de director-coordenador de 'research' do BES e a actividade enquanto parlamentar", afirmou o actual presidente da AICEP na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Frasquilho disse aos deputados, muitos deles antigos colegas de quando estava no Parlamento, que nunca tomou parte em matérias relativas ao sector financeiro. Nesses temas, garantiu, votou sempre alinhado com o seu partido, o Partido Social Democrata (uma informação que o deputado comunista Miguel Tiago defendeu não ser totalmente verdade). O ex-deputado garante que, adoptando essa postura, acabou por votar em aspectos que iam contra os interesses da banca como a sobretaxa ao sector financeiro ou o chumbo do PEC IV, em 2011, que ia contra o que era pedido pelos banqueiros.

No BES desse 1996, a convite de Manuel Pinho, Frasquilho afirmou que a separação de funções sempre foi "muito bem" conseguida. E acrescentou: "quer numa quer noutra, era economista". "Sempre prezei muito a minha integridade". "Fazia parte do meu ring-fencing", também foi uma das respostas a questões sobre a ligação entre o banco e o Parlamento.

O tema das incompatibilidades nas funções dos deputados é um dos temas que está a se votado esta quinta-feira no Plenário. Sobre esse tema, o actual presidente da AICEP defende que os conflitos de interesse dependem da consciência de cada um, avançando elogios à existência de deputados que não estão apenas no Parlamento: "Não é nada prejudicial que existam deputado em regime de exclusividade e outros não. Os perfis podem complementar-se. Vai da consciência de cada um". 

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