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Prémios à gestão do Novo Banco? "É uma polémica perdida", diz António Ramalho

O CEO do Novo Banco relembra que os prémios não são auto-atribuídos. São definidos por uma comissão de remunerações e apenas poderão ser pagos no final do período de reestruturação.

Pedro Catarino
19 de Maio de 2021 às 11:06

António Ramalho considera que a questão em torno dos prémios atribuídos à gestão do Novo Banco é uma "polémica perdida". O CEO da instituição financeira que nasceu com a resolução do BES está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito. 

"Os prémios de gestão nunca foram auto-atribuídos", começou por dizer o gestor aos deputados, numa audição realizada esta quarta-feira, 19 de maio. "Isto não é um banco da idade média. Tem comissões para todas as decisões e uma comissão de remunerações que determinar todas as condições" referentes às remunerações fixas e variáveis. 

Esta comissão é liderada por Byron Haynes, o também presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco. 

Por fim, o gestor adiantou que não havia restrições para que a administração não pudesse receber prémios a partir de 1 de julho de 2020. O banco é que decidiu prolongar essa proibição até terminar a reestruturação.

"Somos o único banco que não terá prémios durante este período", referiu. E frisou: este tema "é uma polémica perdida. Niguém lá em casa vai concordar comigo".

Ramalho esclareceu ainda que "60% do meu prémio é prémio por cumprimento de objetivos", de acordo com aquilo que ficou definido no acordo com Bruxelas. 

O Novo Banco revelou, no relatório de 2020, que foi atribuído um bónus diferido de 1,86 milhões de euros à gestão. 

Na terça-feira, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, voltou a dizer que a atribuição deste prémio "é um erro" e que "não cabe na política atual do banco tomar essas decisões".

Salários acima? Bruxelas permitiu

Na terça-feira, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua afirmou que o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, tem um salário acima do permitido e é pequeno acionista da Nani Holdings, a entidade que representa a Lone Star no capital do banco. 

Na audição desta quarta-feira, Ramalho disse que o Novo Banco não está impedido de definir estruturas salariais acima do valor, mas sim de pagar. A Comissão Europeia concordou que em casos em que os salários são ligeiramente superiores houvesse um diferimento do valor, referiu o gestor. 

Ramalho disse ainda não ser acionista da Nani Holdings. E remeteu para a explicação que vem no relatório e contas de 2020.

O documento refere que os "membros do conselho de administração executiva e alguns membros do conselho geral e de supervisão adquiriram em 2018 (...) com recurso a fundos próprios, participações numa estrutura de investimento indireta no Novo Banco, a qual foi (e é controlada) pela LSF Nani", que detém indiretamente uma participação de 75% no capital do Novo Banco. 

Este investimento, diz, "representa uma participação substancialmente inferior a 1% do Novo Banco e não tem qualquer impacto finaneiro no banco, nem no exercício das funções". 

(Notícia atualizada com mais informação.)

Na audição desta quarta-feira, Ramalho disse que o Novo Banco não está impedido de definir estruturas salariais acima do valor, mas sim de pagar. A Comissão Europeia concordou que em casos em que os salários são ligeiramente superiores houvesse um diferimento do valor, referiu o gestor. 

Ramalho disse ainda não ser acionista da Nani Holdings. E remeteu para a explicação que vem no relatório e contas de 2020.

O documento refere que os "membros do conselho de administração executiva e alguns membros do conselho geral e de supervisão adquiriram em 2018 (...) com recurso a fundos próprios, participações numa estrutura de investimento indireta no Novo Banco, a qual foi (e é controlada) pela LSF Nani", que detém indiretamente uma participação de 75% no capital do Novo Banco. 

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