Vantagens da consolidação da banca em Portugal? "Francamente não vejo", diz Nogueira Leite
Nenhum operador português tem "minimamente chances no jogo" da consolidação bancária europeia. É o que diz o economista António Nogueira Leite.
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Bruxelas tem vindo a defender uma consolidação da banca europeia, uma ideia que, em teoria, é apoiada pelos países, mas que, na prática, tem sido obstruída politicamente - a lista de exemplos de pressão política para o impedir é longa, na Alemanha, Itália, Espanha e também em Portugal.
O economista António Nogueira Leite considera que grandes fusões europeias seriam pouco as vantajosas para o mercado nacional. Recorde-se que em junho, os franceses do BPCE anunciaram um acordo para a compra do Novo Banco, depois de o Governo português ter demonstrado desconforto com uma aquisição espanhola.
"Se olharmos para o funcionamento da economia portuguesa, não vejo [vantagem], francamente não vejo (...) Não estou a ver nenhum operador português a ter minimamente chances nesse jogo", disse, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW. "A ideia da Comissão Europeia é que é mais fácil regular um sistema com menos entidades. Ora, isso obviamente tem consequências do ponto de vista da concorrência nos diferentes mercados", acrescenta.
Os bancos portugueses, diz, não têm dimensão para competir. "Não penso que a economia portuguesa no curto ou no médio prazo ganhasse imenso com isso (...) As grandes empresas talvez beneficiassem, as pequenas e médias empresas nunca serão uma clientela muito interessante para esses grandes bancos supereuropeus que a União Europeia gostaria de ver crescer", explica.
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