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Fileira do leite culpa "imprudências europeias" por crise e exige "medidas imediatas"

Fenalac alerta para subida das importações de leite dos EUA, à boleia do acordo da UE para travar a guerra comercial, e para a recente imposição de tarifas às exportações para a China. E avisa que crise arrisca "agravamento sem precedentes" em 2026 se nada for feito para a estancar a nível europeu.

Fileira do leite culpa 'imprudências europeias' por crise e exige 'medidas imediatas'
Fileira do leite culpa "imprudências europeias" por crise e exige "medidas imediatas" Nuno André Ferreira / Correio da Manhã
12:29

A Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenalac) exige "medidas imediatas" para a "situação muito difícil" do setor na União Europeia (UE), pela qual culpa "um conjunto de imprudências europeias em matéria de política comercial".

Em comunicado, enviado ao Negócios, a Fenalac sinaliza, desde logo, o impacto da recente negociação das tarifas com os EUA, que "levou a uma forte redução das barreiras alfandegárias à entrada de produtos lácteos americanos no espaço europeu", adiantando que tal "já se traduziu num aumento exponencial das importações provenientes dos EUA".

Além disso - aponta - "acresce que os EUA apresentam custos de produção mais baixos comparados com os da UE, além de não estarem obrigados aos mesmos patamares de exigência em matéria de segurança alimentar".

E se o cenário já era complicado "piorou significativamente" com o anúncio, esta segunda-feira, de que , "decisão que significa, na prática, um encerramento do mercado às exportações europeias e que resulta de represálias às tarifais europeias no setor automóvel". 

"Perante este cenário de forte perturbação da fileira láctea europeia importa que as autoridades nacionais pressionem as instituições europeias no sentido da tomada de decisões urgentes que suportem este importante sector económico", argumenta a Fenalac, formada por quatro grandes organizações cooperativas – Agros, Proleite, Lacticoop e Serraleite, que juntas abarcam entre si outras dezenas cooperativas de base, representando 70% do setor lácteo de Portugal Continental.  

"Os decisores europeus precisam de entender que as relações de força entre os diferentes blocos comerciais alteraram-se profundamente nos últimos anos e têm de atuar rapidamente e em força de forma a salvaguardar os interesses da UE", frisa, dando exemplos concretos do que precisa ser feito.

"Concretamente, importa rever os preços de intervenção da manteiga e do leite em pó cujos valores não são revistos desde 2009 e estão desfasados da realidade, assim como os valores dos apoios para ajuda à armazenagem privada".

E deixa o alerta: "Caso nada seja realizado nas próximas semanas, 2026 poderá assistir a um agravamento sem precedentes da crise do sector lácteo europeu".   

"A passividade da UE pode ser fatal para a competitividade do sector lácteo a nível europeu e apenas uma atuação robusta pode evitar prejuízos significativos nos próximos meses", conclui.   

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