Família Mota vai vender 11,3% do capital da construtora (act)
O maior accionista da Mota-Engil e a construtora vão colocar no mercado 16,8% do capital da empresa, numa operação que visa alargar a base de investidores e reforçar a liquidez e “free float” dos títulos. A família, que poderá encaixar 120 milhões com a operação, continuará a controlar mais de metade do capital.
A Mota-Engil anunciou esta terça-feira que, em conjunto com o seu maior accionista, decidiu colocar acções da empresa no mercado através de uma operação de venda a investidores institucionais.
No total, serão colocadas no mercado 34,3 milhões de acções da Mota-Engil, que equivalem a 16,8% do capital da empresa.
A família Mota irá alienar 23,2 milhões de acções (11,3% do capital), enquanto a Mota-Engil irá vender todas as 11,1 milhões de acções próprias (5,4% do capital).
Família Mota baixa posição para 51%
Depois de concretizada esta operação, a Mota Gestão e Participações, que segundo a Bloomberg controla 59,5% da construtora, verá a sua posição descer para 48,2%.
A família Mota permanecerá ainda assim com o controlo da companhia, já que, através da FM – Sociedade de Controlo, detém actualmente um total de 67,78% da Mota-Engil.
Após esta operação, a Mota-Engil deixará de ter acções próprias e a família Mota passará a deter 51% do capital da construtora.
Encaixe para família de até 120 milhões de euros
Tendo em conta a cotação actual, a operação pode render um total de 177 milhões de euros: 57,4 milhões de euros para a empresa e 120 milhões de euros para a família. Os valores devem contudo ser inferiores, já que este tipo de operações de venda de acções, em processo de “accelerated bookbuild”, é habitualmente concretizado com desconto face à cotação de mercado.
No comunicado enviado à CMVM, a Mota-Engil cita vários objectivos para esta operação, cujo banco responsável é o Credit Suisse, auxiliado pelo BESI, Caixa BI e BCP. O primeiro objectivo diz respeito ao “alargamento e diversificação da sua base de investidores”, o que contribuirá para “o aumento da visibilidade do grupo”.
O reforço da estrutura do balanço e a busca de uma atractividade da empresa para os investidores também explicam a decisão de lançar esta operação. “Uma presença sustentada no mercado de capitais requer níveis de liquidez atractivos para os investidores, traduzindo-se num 'free float' que suporte, ainda mais, uma diversificada base accionista”, refere o comunicado.
Família não pode vender no próximo semestre
A mesma fonte assegura que estes objectivos “só poderão ser alcançados com a colaboração e activo envolvimento do seu accionista de referência e de controlo”.
Lembrando que a Mota-Engil é controlada desde a fundação, em 1946, pela família Mota, a construtora reforça que, ao associar-se a esta transacção, “o accionista de referência [da Mota-Engil] demonstra uma vez mais o seu compromisso com a Mota-Engil, no presente e para o futuro”.
No âmbito desta transacção, a família Mota assumiu o compromisso de, no prazo de 180 dias (cerca de seis meses), não colocar mais acções da construtora no mercado. Ou seja, terá de manter o controlo da construtora, pelo menos, por este período.
“O Conselho de Administração da Mota-Engil reitera a sua confiança no desempenho, performance e perspectivas para o grupo, nomeadamente quanto ao desempenho económico, já traduzido nos resultados do terceiro trimestre de 2013 - aliás os melhores de sempre do grupo - que se espera vir a confirmar nos resultados anuais a apresentar em devido tempo”, acrescenta o comunicado.
As acções da Mota-Engil fecharam a subir 1,95% para 5,173 euros. As acções que vão ser colcoadas no mercado junto de investidores institucionais já não dão direito a receber acções da Mota-Engil África.
(Notícia actualizada às 17h55 com mais informação)
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