António Costa: Caso Pingo Doce mostra que o "País está com medo"
António Costa considerou que o que aconteceu com a promoção do Pingo Doce é "a imagem do país a ver-se ao espelho" e demonstra a descrença dos portugueses em relação ao futuro. O presidente da Câmara de Lisboa, na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, aproveitou para atacar o Governo.
Para António Costa, se do ponto de vista publicitário para o Pingo Doce parece ser uma óptima ideia, já que foi das campanhas com maior impacto mediático nos últimos tempos, o problema e o mais "chocante" para o socialista foi "o país a ver-se ao espelho". E como é que o País se vê? "É um país que está com medo. E quando tem a oportunidade de poder adquirir mais barato, o país mobiliza-se e adopta uma lógica de açambarcamento". E para António Costa esta é "a reacção de um país que está assustado e com medo, à espera de deixar de ter possibilidade de comer".
E atira ao Governo. O comentador diz mesmo ser "um sinal trágico da expectativa sobre o seu futuro". E essa reflexão tem de ser feita pelo Governo. Para António Costa, aquelas imagens das filas e dos carros cheios mostra que o país chegou "a uma situação de rasto e de descrença em relação ao futuro". "As pessoas estão de tal forma assustadas com o futuro que desperta aquele comportamento". António Costa lembrou os dados do desemprego e criticou o facto de não haver discurso mobilizador, uma mensagem de tranquilidade. É que quem foi ao Pingo Doce, no entender de António Costa, foram não apenas as pessoas com necessidades, mas também os que não estando têm receio do amanhã e estão, já, a adoptar comportamento defensivo. Do que António Costa viu não foram apenas bens de primeira necessidade a serem comprados.
“O que é mais significativo é o estado de espírito dos consumidores e de como se chegou a este grau de desesperança é terrível. Há um mínimo de confiança que as pessoas tem de ter em relação ao dia de amanhã”. António Costa optou por desvalorizar o facto de o Pingo Doce ter feito esta campanha no dia 1 de Maio, dia do trabalho. “Não passa a ser o dia do consumidor”, assegura, acreditando que o Pingo Doce não teve essa questão em conta quando decidiu fazer isto no dia 1 de Maio. É o primeiro dia do mês, o dia que mais se vende, lembrou, no que foi corroborado por António Lobo Xavier, que trabalhando com o grupo Sonae.
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