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Carmona Rodrigues sucede a José Furtado à frente da Águas de Portugal

O Governo convidou Carmona Rodrigues para ocupar a presidência do Grupo Águas de Portugal, em substituição de José Furtado, que renunciou ao cargo. Transição da pasta deve ficar concluída até ao final do mês.

Mariline Alves
09 de Maio de 2024 às 20:05

O Governo já encontrou um substituto para José Furtado na presidência do Grupo Águas de Portugal (AdP): Carmona Rodrigues. Em comunicado, o Ministério do Ambiente, que tutela o grupo, indica ter convidado António Carmona Rodrigues para a presidência da AdP.

"Com um vasto currículo nas áreas de recursos hídricos, hidráulica e ambiente, o professor Carmona Rodrigues já desempenhou funções como ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, como presidente da Câmara Municipal de Lisboa e como presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos", assinala a tutela.

Esta quinta-feira soube-se que a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, aceitou o pedido de renúncia apresentado por José Furtado, que deu nota que o gestor "invocou o desejo de abraçar novos desafios profissionais".

Em declarações por escrito ao Negócios, José Furtado adianta que “gostaria de concluir o processo [de saída] até ao final de maio”, manifestando-se “disponível para assegurar a transição num quadro de normalidade e de apoio ao novo presidente”.

A saída de José Furtado acontece numa altura em que a Águas de Portugal está no centro de mais uma polémica após ter distribuído dividendos referentes ao ano passado e agora ter pedido aos acionistas –Parpública e Caixa Geral de Depósitos – um aumento de capital de 100 milhões de euros.

A proposta acabou, no entanto, por não ser discutida na assembleia geral de acionistas que decorreu na quarta-feira. O gestor garante, no entanto, que “não há qualquer relação” entre esse processo (sendo que se opôs ao pagamento do dividendo extraordinário ao Estado) e a decisão de abandonar o cargo que assumiu em 2020.

"Procuro exercer as minhas funções com natural empenho e dedicação, independentemente dos ciclos políticos, não me perpetuando nos cargos que ocupo. Neste pressuposto, coloquei o meu lugar à disposição", assinalou.

José Furtado, de 64 anos, quadro da Caixa Geral de Depósitos, desempenhou, ao longo de 30 anos, de forma ininterrupta, cargos de administração, supervisão e fiscalização em diferentes agências públicas, grupos empresariais e instituições financeiras, mas mantém as cartas junto ao peito relativamente à próxima etapa da sua carreira: "Pronunciar-me-ei proximamente sobre os novos desafios".

"Profunda satisfação" e "melhores resultados de sempre"

Já em jeito de balanço da hora da saída da Águas de Portugal, José Furtado diz que é "com um sentimento de profunda satisfação" que conclui a sua missão, "por ver consolidada a reputação singular de que o Grupo desfruta de entre as instituições na esfera pública", congratula-se "em especial" pela "reformulação operada no modelo de governação, bem como com o compromisso gerado na concretização do rumo estratégico de reforço da coesão, robustez e impacto no território e na vida das pessoas".

E também sai agradado com os números alcançados: "Ao longo do período de quatro anos em que exerci o meu mandato, o Grupo Águas de Portugal alcançou os melhores resultados de sempre, tendo os lucros aumentado 23% para os 100 milhões de euros anuais e o EBITDA atingido os 380 milhões de euros anuais. Os meios gerados permitiram uma redução de 20% no endividamento, reforçando a solidez financeira", além de que "o volume anual de investimentos subiu 40% para 200 milhões de euros".

José Furtado realça ainda "a importância do grupo que, no horizonte de uma geração colocou o país no pelotão da frente a nível mundial na gestão do ciclo urbano da água" e que, a seu ver, "está hoje mais do que nunca capacitado para garantir aos portugueses um referencial de confiança, apto a dar resposta ao presente cenário de enormes exigências neste setor".

Fundado em 1993, o grupo AdP é constituído por 19 empresas, sendo 13 das quais entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais. O Estado controla a totalidade do capital através da Parpública, que detém uma participação de 81% e da Caixa Geral de Depósitos, que é titular dos restantes 19%.

(Notícia atualizada com mais declarações de José Furtado)

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