O Banco BPI deverá apresentar, já na próxima semana, lucros de 87 milhões de euros referentes aos primeiros seis meses do ano, de acordo com as estimativas do Espírito Santo Research (ESR). No ano passado, e no mesmo período, o banco liderado por Fernando Ulrich registou prejuízos, à custa das perdas no BCP.

A estimativa apresentada deriva da projecção do ESR para o segundo trimestre, à qual se somam os resultados líquidos auferidos pelo BPI durante os três primeiros meses de 2009. No “research”, a que o Negócios teve acesso, o analista Tiago Dionísio antecipa “lucros de 37 milhões no trimestre e proveitos operacionais de 112 milhões de euros”.

A actividade doméstica deverá contribuir com 20 milhões para os resultados líquidos deste trimestre, sendo que os proveitos operacionais do BPI em Portugal deverão crescer para 63 milhões, um reflexo da política de “corte de custos”, destaca o ESR. “Os lucros antes de interesses minoritários [a nível internacional] deverão atingir os 36 milhões”.

“As receitas [a nível internacional] deverão sofrer o impacto da alteração na regulação em Angola”, país onde o BPI está presente através do Banco Fomento de Angola. A revisão na regulação, que passa por um aumento nos requisitos de reservas de capital, deverá retirar 13 milhões aos lucros do BPI.

“Pensamos que há quatro aspectos a ter em atenção nesta época de apresentação de resultados”, refere o ESR. “Primeiro a evolução das margens em Portugal e Angola, Segundo, a habilidade da gestão em cortar custos. Terceiro, a qualidade dos activos em Portugal. E por último o desempenho do fundo de pensões e os rácios de solvabilidade”.

O ESR manteve a avaliação de 1,85 euros para o BPI. As acções do banco seguem a cotar nos 1,895 euros, apresentando um potencial de desvalorização de 2% face ao preço-alvo. O analista Tiago Dionísio manteve a recomendação de “neutral” para os títulos da instituição liderada por Fernando Ulrich.

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