Mota-Engil vai passar 700 trabalhadores para o antigo matadouro do Porto
A construtora decidiu ocupar, com mudança marcada para o próximo verão, quase todos os edifícios de escritórios do M-ODU, complexo que também vai ter restaurantes, museus e até uma esquadra da PSP, onde está a investir 40 milhões de euros.
Cerca de 20 anos depois de ter sido desativado e sete após a Mota-Engil ter vencido o concurso lançado pela Câmara do Porto para a sua concessão, por 30 anos, o antigo Matadouro de Campanhã tem em fase de conclusão a transformação em M-ODU (Matadouro. Outro Destino Urbano).
“As obras estruturais de reconversão do antigo Matadouro de Campanhã, no Porto, vão terminar ainda este ano”, avança a Emerge, a promotora imobiliária da Mota-Engil e responsável pela gestão do M-ODU, em comunicado.
O M-ODU, que ocupa uma área total de 20 mil metros quadrados, é composto por 11 edifícios destinados a serviços e restauração, com 12 mil metros quadrados, estando os restantes oito mil reservados para cultura e lazer, como galerias de arte e museus, que serão geridos pela autarquia. E haverá ainda uma esquadra da PSP.
As primeiras “chaves” do M-ODU serão entregues no final deste ano.
“Durante o mês de dezembro, todos os espaços serão entregues em regime de ‘core & shell’, permitindo que os primeiros inquilinos possam avançar para os acabamentos finais (‘fit outs’)”, revela a Emerge.
Entretanto, a Mota-Engil decidiu retirar do mercado de arrendamento praticamente toda a componente de escritórios, que é constituído por nove edifícios, sendo que apenas um está “livre, em fase de comercialização”.
“São mais de 700 trabalhadores que vão ocupar e dinamizar os vários espaços de escritórios do complexo, a grande maioria ligada a empresas do universo Mota-Engil, que assegura, assim, o arranque operacional do projeto”, explica a Emerge, adiantando que a chegada dos funcionários da maior construtora portuguesa “está prevista para o terceiro trimestre de 2026”.
Em simultâneo, afiança, serão também instalados todos os serviços de restauração, cafetaria, quiosque, áreas de bem-estar e espaços culturais.
As obras de construção do M-ODU recebeu esta semana a visita do arquiteto do projeto, o japonês Kengo Kuma, distinguido pela revista Time como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo em 2021, para assistir à colocação da cobertura, que se tornou uma marca arquitetónica do projeto.
“O arquiteto Kenzo Juma aproveitou para avaliar a evolução dos trabalhos estruturais da ‘montagem’ da cobertura flutuante do complexo, uma camada leve, quase etérea, que parece pairar sobre os edifícios e que se inspira no conceito japonês Komorebi, que significa ‘a luz que passa suavemente entre as folhas das árvores’”, esclarece a Emerge.
“Esta intervenção representa não só um marco técnico, mas, sobretudo, cultural para a regeneração da zona oriental do Porto, projetando o M-ODU como referência para a inovação, cultura e espírito de comunidade”, enfatiza Sílvia Mota, “chairwoman” da Emerge.
“Neste momento, estamos a assistir a um momento muito simbólico, a instalação da cobertura, protagonista do projeto que representa o espírito ousado e a visão da Emerge para este lugar”, remata Sílvia Mota sobre o M-ODU, projeto que representa um investimento da Mota-Engil na ordem dos 40 milhões de euros.
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