JN vai recorrer a todos os meios legais e judiciais contra despedimento coletivo
Trabalhadores do diário generalista divulgam manifesto onde contestam argumentos da administração da Global Media Group.
Os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN), que enfrentam um despedimento coletivo, garantiram este domingo que vão recorrer a todos os meios legais e judiciais para defender os seus direitos, depois de terem a vida transformada num calvário.
"Sim, o JN recorrerá a todos os meios legais e judiciais para fazer valer os direitos dos seus trabalhadores, cuja vida está transformada num calvário, apesar de diariamente e com enorme empenho fazerem um jornal que é economicamente sustentável", adiantam os trabalhadores num manifesto sob o nome "A administração e nós".
No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, o Global Media Group (GMG), a que pertence o JN, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que diz ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
No JN, os despedimentos afetarão 40 pessoas, tendo a direção do jornal decidido demitir-se esta semana.
No documento, a redação do JN salienta não haver memória de um "ataque tão violento" à identidade do JN.
Criticando a Comissão Executiva, liderada por José Paulo Fafe, os trabalhadores referem que o diário não precisa de quem, todos os dias, desvaloriza o seu potencial.
"Não, o JN não carece de criativos que conhecem muita gente, como se autointitula José Paulo Fafe. Precisa de pessoas dedicadas e laboriosas que aportem valor ao título e precisa que os seus acionistas avaliem o prejuízo reputacional e económico causado pelas repetidas declarações públicas de José Paulo Fafe, em que coloca o GMG próximo da falência", reforçam.
Pedindo respeito, os trabalhadores ressalvam que o JN dá lucro, continua a ser mais lido do que alguns títulos de referência e é viável.
E acrescentam: "Sim, o JN vende, em média, 23 mil exemplares por dia (dados de outubro)".
No início do mês, os trabalhadores do JN estiveram em greve, o que se traduziu na primeira vez em mais de 30 anos que o título não chegou às bancas.
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