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Movimento de contentores em queda em Lisboa e Setúbal

A carga movimentada nos portos do Continente diminuiu 3,8% nos primeiros nove meses do ano. A greve dos estivadores ao trabalho suplementar está a fazer-se sentir em Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Novembro de 2018 às 09:00

O movimento de contentores no porto de Lisboa caiu 26,8% em Setembro, mas também em Setúbal e na Figueira da Foz foi sentido o impacto da greve ao trabalho suplementar marcada pelo sindicato dos estivadores até 2019, com recuos de 14,7% e 11,4%, respectivamente.

De acordo com o relatório de acompanhamento do mercado portuário do mês de Setembro da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), o desempenho dos portos de Leixões e de Sines foi no sentido inverso, tendo registado nesse mês aumentos de 13,2% e de 45,5%, respectivamente, no movimento de contentores.

Desta forma, a variação no conjunto dos portos do Continente foi positiva em 20% em Setembro, mas "insuficiente para induzir um comportamento positivo" no acumulado dos nove meses, que regista uma quebra de 1,9%.

Para os desempenhos em Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, a AMT realça que "naturalmente, as perturbações laborais (nestes portos) não são alheias".

A AMT salienta que o movimento global de contentores indicia uma recuperação entre Janeiro e Setembro ao movimentar 1,4 milhões de unidades e 2,25 milhões de TEU (unidade equivalente a um contentor). Este comportamento deve-se às variações positivas de Leixões e Sines no que respeita ao número de contentores, onde Sines regista o valor mais elevado de sempre, e Leixões é o responsável pelo bom desempenho em volume de TEU. Nos restantes assinalam-se variações negativas, com destaque para Lisboa, onde são reflectidas as perturbações laborais, induzindo a transferência de serviços para o porto de Leixões.

No conjunto das cargas, de acordo com o relatório da AMT, o sistema portuário do Continente registou entre Janeiro e Setembro um volume de quase 70,7 milhões de toneladas de carga movimentada, um valor que revela uma quebra de 3,8% face ao mesmo período de 2017, equivalente a menos 2,76 milhões de toneladas.

Segundo o regulador do sector dos transportes, o porto de Sines foi o que mais contribuiu para este desempenho negativo, registando, nomeadamente, perdas no valor de 1,1 milhões de toneladas no mercado do carvão, de 920 mil toneladas nos produtos petrolíferos e 548 mil toneladas no petróleo bruto.

No entanto, assinala, "também Lisboa e Setúbal registaram perdas significativas de 404 mil toneladas na carga contentorizada e de 222 mil toneladas na carga fraccionada, respectivamente, representando, no conjunto dos três portos, 71,3% de carga ‘perdida’".

Sines mantém a liderança com uma quota de mercado de 51,4% do total da carga movimentada. Já o porto de Leixões consolidou a segunda posição com uma quota de 20,5%, seguido de Lisboa, com 12,4%, Setúbal, com 7,1%, e Aveiro, com 5,8% do total.

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