Dos seis bancos gregos analisados pelos testes de stress, dois deles são controlados pelo Estado e é sobre eles que recaem as maiores questões quanto ao resultado que irão alcançar. No cenário mais difícil, os bancos podem ser obrigados a aumentar capital, algo que não deve acontecer com os quatro bancos privados que devem mostrar liquidez.
O rácio que provará a saúde financeira da banca será o Tier 1 e enquanto o Hellenic Postbank tem um rácio de 17%, o ATEBank fica-se pelos 7,7%, sendo o nível mínimo exigido para a passagem de 6%, embora o valor actual dos bancos possa sofrer alterações consoante os cenários dos testes de stress. No entanto, o ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou (na foto), disse na segunda-feira, estar certo que “os bancos vão passar os testes de stress incólumes”. Algo que também o governador do Banco Central também corrobora, sendo que tais opiniões contribuíram para a subida de 2,5% das acções da banca da Grécia nesta semana.Segundo um director de research numa corretora grega, “todos os maiores bancos têm, em média, um rácio Tier 1 perto dos 10%”, algo que “não se aplica necessariamente ao ATEBank”. Para a fonte ouvida pelo “The Wall Street Journal”, “ele tem o pior rácio de capital e enormes provisões e perdas”.O banco, detido em 77% pelo Estado, tinha sido já ajudado com a injecção de capital de 1,25 mil milhões de euros como parte da sua reestruturação, em 2005. Mas a fraca saúde financeira da Grécia e as perdas verificadas na banca levaram a que o ATEBank apresentasse, no primeiro trimestre de 2010, uma perda de 37,4 milhões de euros, contando com um aumento de 69% das provisões de perdas com os empréstimos para 95,9 milhões.Já neste mês, o administrador geral do ATEBank, Ioannis Valakas, disse que a instituição bancária iria precisar de capital, vindo ou do mercado ou do fundo de apoio governamental de 10 mil milhões de euros. O Piraeus Bank veio já fazer uma oferta de 701 milhões de euros pelo ATEBank e pelo Hellenic Postbank, querendo tirar das mãos do Executivo ambas as instituições, mesmo sendo a segunda bem capitalizada.Os números que virão dos testes de stress à banca grega são importantes já que ela está bastante dependente da ajuda do Banco Central Europeu. De acordo com dados do Banco da Grécia divulgados pelo “The Wall Street Journal”, o empréstimo da instituição europeia terá chegado aos 93,8 mil milhões de euros até ao final de Junho.Os bancos privados que se vêem igualmente testados em situações de stress são o National Bank of Greece, o EFG Eurobank Ergasias, o Alpha Bank e o Piraeus Bank, todos considerados bem capitalizados, com rácios entre os 9,1% e os 11,5%.A fiabilidade dos resultados tem sido, entretanto, questionada mesmo antes de serem conhecidos os resultados, já que os analistas dizem que os bancos não serão desafiados a situações que podem realmente enfrentar. Hoje à tarde serão conhecidos quais os bancos a mostrarem solvabilidade.