Pingo Doce e Unicre criam cartão de pagamento
Depois de introduzir a obrigação de pagar com dinheiro compras abaixo de 20 euros na sua rede de supermercados, o Pingo Doce cria cartão pré-pago com a Unicre, de 10 e 25 euros.
Quatro meses depois de anunciar ao mercado que os clientes das 372 unidades de retalho alimentar que opera em Portugal Continental e na Madeira passavam a ser obrigados a ter dinheiro para pagar compras abaixo de 20 euros, a cadeia Pingo Doce decidiu criar um cartão com a Unicre.
Em comunicado divulgado esta quarta-feira pela Unicre – Instituição de Crédito, fica-se a saber que “fruto de uma parceria com o Pingo Doce”, a gestora de cartões de pagamento adianta que “acaba de lançar um novo cartão pré-pago”.
De acordo com a mesma nota enviada às redacções, “o cliente pode optar por um cartão com 10 ou 25 euros”. Está intitulado como “cartão-presente” e “quem o recebe pode usá-lo para comprar o que desejar em qualquer loja” da cadeia de supermercados do grupo Pingo Doce, incluindo as unidades de restauração anexas às maiores unidades da rede (designadas “O sítio do costume”), as lojas Bem-Estar (áreas de vendas de medicamentos não sujeitos a receita médica), Spot e New Code.
O cartão, contudo, “não é recarregável” – sendo de utilização única até o esgotamento do valor. “Permite”, no entanto, “a consulta do saldo e movimento via online e por telefone, através de uma linha de atendimento específica”, adianta a Unicre.
Em meados de Agosto último, a cadeia Pingo Doce começou a anunciar aos seus clientes, em panfletos junto das caixas, que iria passar, a partir de 1 de Setembro seguinte, a não aceitar pagamento com cartões em compras abaixo de 20 euros. A justificação então dada era a poupança de cinco milhões de euros que o grupo esperava gera anualmente.
A questão do pagamento de comissões a quem emite os cartões e os gere – como a Unicre – e quem gere os sistemas de pagamento (a SIBS) e, do outro lado, os comerciantes e grupos de distribuição já tem décadas no País e já levou inclusivamente a uma das primeiras queixas recebidas pela Autoridade da Concorrência.
A APED – Associação de empresas de Distribuição de Portugal, que é liderada pela Sonae e tem a Jerónimo na vice-presidência, estima em 100 milhões de euros o total das taxas pagas pelos associados com cartões de pagamento em 2011.
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