Presidente do BESI diz que nunca foi cliente da Akoya
José Maria Ricciardi afirmou hoje que nunca foi cliente da Akoya, empresa que na semana passada foi envolvida num caso de fraude fiscal, em reacção a uma notícia da revista Sábado.
"Não conheço nenhum dos implicados ou arguidos; desconheço por completo as suas actividades; nunca lhes solicitei directa ou indirectamente qualquer serviço que fosse; não sou nem nunca fui cliente da empresa Akoya", refere um comunicado de José Maria Ricciardi enviado à agência Lusa.
Por considerar que a notícia publicada no sítio de internet da Sábado é "falsa" e "de molde a atingir" a sua "imagem e bom-nome", Ricciardi afirma que vai "recorrer às vias judiciais para a reposição da verdade dos factos".
A revista Sábado noticiou hoje que o presidente da comissão executiva do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, foi alvo de escutas telefónicas de inspectores tributários de Braga, no âmbito de uma investigação de fraude fiscal que movimentou milhões de euros para o estrangeiro.
De acordo com a revista, também Ricciardi, primo de Ricardo Salgado e presidente da comissão executiva do BESI, foi alvo de escutas "durante vários meses devido a um despacho judicial de Rosário Teixeira, o procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) que já deteve o ex-banqueiro Oliveira Costa e o advogado Duarte Lima".
Na sexta-feira, o jornal Sol noticiou a detenção de quatro pessoas pelo DCIAP e pela Inspecção Tributária, que alegadamente faziam parte de uma rede que operava a partir da Suíça, aproveitava o BPN de Cabo Verde e era usada "por empresários, advogados e políticos, como Duarte Lima".
Entre os detidos, ainda segundo o semanário, estão três sócios de uma empresa suíça - a Akoya Asset Management -, que oficialmente geriam e faziam aplicações de fortunas de clientes portugueses, mas na verdade angariavam clientes para bancos da Suíça e "actuavam como testas de ferro, criando empresas 'offshore' nas quais era colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de capitais".
Nesse mesmo dia, três dos quatro detidos (Michel Canals, o alegado cabecilha da rede, Nicola Figueiredo e Francisco Canas) ficaram em prisão preventiva e a José Pinto foi estipulada uma caução de 200.000 euros e determinada a proibição de se ausentar do país até a pagar, bem como a proibição de contactar com os outros suspeitos.
A fraude está calculada em 1.000 milhões de euros, de acordo com o jornal.
Segundo disse à agência Lusa uma fonte da unidade de acção fiscal da Guarda Nacional Republicana, a operação foi desencadeada no âmbito ou na sequência da operação "Furacão".
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