Dívida tarifária só fica paga em 2025/26 "se correr bem"
O secretário de Estado da Energia critica o anterior Governo por ter dito que o défice tarifário estaria resolvido em 2020. O anterior Executivo, disse no Parlamento Jorge Sanches, atirou a dívida para a frente.
O défice tarifário só ficará resolvido em 2025 ou 2026 "se correr bem", "nunca antes disso", e "pode até correr mal". As palavras são do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que no Parlamento criticou o anterior Executivo.
"Tenhamos presente, [o anterior Governo] disse uma coisa, mas fez-se outra. Isto é claro". Nesta questão da dívida tarifária, "houve cortes, voltaram a ser repostos depois da troika sair" e o que se fez, acrescentou o governante, foi "chutá-los para a frente".
Por outro lado, Jorge Sanches lamenta os juros que são pagos sobre essa dívida tarifária e garante estar a trabalhar com a ERSE, Direcção-Geral de Energia e Banco de Portugal para "encontrar novos instrumentos para colocação da dívida que sejam menos onerosos para os consumidores". É que apesar da queda nas taxas de juro na banca nos últimos tempos, essa baixa "não teve repercussão sobre esta dívida que existe no sistema". E por isso, garante, "estamos a trabalhar nesse sentido, e entendemos que vamos ter bons resultados".
É um ponto relevante, até porque uma descida de uma décima na taxa de juro pode representar uma poupança de 12 milhões, por isso "esse ganho tem de existir para os consumidores". Jorge Sanches lamenta que o Estado tenha colocado a dívida a um juro mais alto e agora ela é colocada externamente a um preço mais baixo pelos operadores.
Ainda nas críticas ao anterior Governo, Jorge Sanches garante que não foram feitos os cortes de quatro mil milhões de euros referidos. "Houve alguns [cortes] só no período da troika".
A dívida tarifária está perto dos 5,2 mil milhões de euros.
(Notícia corrigida para corrigir o valor do défice tarifário)
Mais lidas