Lucros do Grupo RAR caíram 65% antes da pandemia
O Grupo RAR teve resultados líquidos de 3,4 milhões de euros em 2019, o que significa uma quebra de 65% face aos 9,8 milhões de euros que tinha registado no ano anterior. O volume de negócios caiu mais ligeiramente, de 785 para 781 milhões de euros no ano passado.
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Segundo o Relatório e Contas divulgado esta quarta-feira, 1 de julho, o grupo liderado por João Nuno Macedo Silva apresentou um EBITDA de 60 milhões de euros. Com um portefólio em que se destacam a área alimentar e das embalagens, soma 4.228 colaboradores e está presente na Alemanha, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Espanha, México, Polónia e Reino Unido.
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"Num clima de abrandamento do ritmo de crescimento da economia mundial, o grupo apresentou uma rendibilidade recorrente dos seus negócios marginalmente aquém da de 2018, ao mesmo tempo que o endividamento líquido se manteve estabilizado em 213 milhões de euros", lê-se na nota publicada esta manhã pela sociedade sediada no Porto e controlada pela família Macedo Silva.
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Perante uma pandemia que a desafia a "reagir às ameaças e a aproveitar novas oportunidades na gestão das operações, cadeias de valor e colaboradores", o grupo RAR analisou os "cenários" a nível operacional e de necessidades de financiamento e conclui que "as operações são bastante resilientes" devido à exposição ao setor alimentar e aos produtos de grande consumo fabricados pela Colep.
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"A inversão da situação do setor açucareiro europeu, as boas perspetivas sustentadas pela competitividade da Vitacress e o reajustamento da reestruturação da Colep permitem perspetivar um ano de 2020 com melhoria da rendibilidade, mesmo considerando os efeitos da covid-19", completa a holding neste relatório.
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Corta fábricas e aposta na terra
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Líder global nas indústrias de embalagem e "contract manufacturing" de produtos para cosmética, higiene pessoal, cuidado do lar e farmacêutica, a Colep tem fábricas em Portugal, Alemanha, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Espanha, México, Polónia e Reino Unido, empregando 2.500 trabalhadores. Em 2019, o volume de negócios diminuiu de 432,3 para 410 milhões de euros, mas "em termos globais teve um ano com alguma melhoria dos seus níveis de rendibilidade recorrente".
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E depois de 2018 ter sido atribulado no Brasil e também na Europa, com a venda da fábrica alemã de Zülpich – gerou uma perda de 5,8 milhões de euros e forçou a transferir a produção para outras unidades na Alemanha e na Polónia –, em 2019 a empresa baseada em Vale de Cambra tomou a decisão de "descontinuar a sua operação de enchimento de líquidos em Bad Schmiedeberg", no mesmo país, o que "teve um impacto negativo na sua rendibilidade".
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Outro dos negócios que mais receitas gera é o da produção e comercialização de folhas para saladas e de ervas aromáticas. No último exercício ascenderam a 149 milhões de euros, uma subida homóloga de 18%. "A Vitacress teve um ano muito forte, com crescimento de rendibilidade em todas as unidades e reforço das posições de liderança de mercado" em Portugal e no Reino Unido, com a operação nos Países Baixos a ter "um crescimento importante, o que faz antever novas pistas de desenvolvimento no centro da Europa".
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A empresa agroalimentar liderada em Portugal por Luís Mesquita Dias assinala ainda que continua a investir em várias áreas, como nas instalações e equipamentos, na automação, nas técnicas de cultivo e em matérias de sustentabilidade. Como o Negócios noticiou em maio, a empresa já está a laborar em pleno numa quinta nova em Odeceixe, com uma extensão de 40 hectares, tendo acertado um aluguer de longa duração para aumentar a produção de folhas baby.
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O Grupo RAR opera ainda no setor da importação e distribuição de cereais e outras matérias-primas para a indústria agroalimentar através da Acembex. Faturou 158 milhões de euros em 2019 e "tem tido crescente atividade em segmentos como o pet food e cereais biológicos, fornecendo várias multinacionais europeias".
Finalmente, no imobiliário concluiu as vendas do Edifício do Parque (Matosinhos) e diz que continua em "bom ritmo" o desenvolvimento do Quinta do Paço Lumiar (Lisboa), projeto desenhado pelo arquitecto Souto Moura e que já tem mais de três quartos das moradias vendidas. Informa ainda que está em fase de licenciamento o matosinhense Novo Parque, um investimento de 22 milhões de euros que vai arrancar em breve a fase de comercialização.
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